'Soberba é uma coisa péssima', critica Marina Lima

Cantora que se apresenta no TCA, neste domingo (27), defende que o artista precisa se reinventar

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  • Laura Fernades

Publicado em 26 de janeiro de 2019 às 12:00

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Foto: Rogério Cavalcanti/Divulgação

“Falta de curiosidade é a morte”, afirma a cantora carioca Marina Lima, 63 anos, ao CORREIO, para justificar sua constante busca por novidades. Exemplo disso é o álbum Novas Famílias, cuja turnê chega ao Teatro Castro Alves, neste domingo (27), às 20h, com repertório que mistura funk, música eletrônica, samba e tecnobrega, além do pop que é marcante em sua carreira.

“É uma mistura grande, o Brasil é assim. É muito importante, quando você vai ficando mais velho, não perder a curiosidade. Se você não quer ficar alguém cristalizado, você não pode ter soberba. Soberba é uma coisa péssima”, opina, com a tranquilidade na voz. “Gosto de me sentir inserida no mundo em que vivo hoje”, completa a cantora.

Depois de apresentar uma prévia do álbum em Salvador, há cerca de um ano, Marina volta com o show completo que leva o nome do disco homônimo lançado no ano passado. Novas Famílias é inspirado nas novas formas de acolhimento familiar experimentadas pela cantora que, há oito anos, mora em São Paulo.

“Conheci outras pessoas aqui, criei afeto e laços importantes, então esse show fala muito sobre isso. São os laços que você vai criando mundo afora. Isso reflete no meu trabalho, nas canções”, explica Marina, que assina duas músicas com o irmão, o escritor Antonio Cicero, integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL) e autor de sucessos seus como Fullgás, Virgem e Pra Começar.

Além das amizades que formam sua nova família, Marina fala na música-título sobre a crise hídrica em São Paulo e celebra as recentes conquistas de direitos no Brasil, como a lei da união estável entre pessoas do mesmo sexo. Com sua voz suave e interpretação marcante, a cantora passeia por outros temas contemporâneos e garante que “tudo o que for revelador sobre o ser humano, a mim interessa”.

“Com o que está acontecendo no Brasil, interessa muito pra gente conhecer o país onde a gente vive e as criaturas que nele habitam. Viver é um ato político”, explica, sobre as letras que incluem conquistas e retrocessos sociais. “É uma batalha grande que teremos pela frente, mas o entusiasmo não pode morrer”, defende.

Acompanhada por Arthur Kunz e Leo Chermont, que formam o duo eletrônico Strobo, do Pará, e pelo músico piauiense Dustan Gallas, produtor do disco, Marina apresenta um show provocativo e questionador. “Essa desigualdade do Brasil me envergonha. Sou cidadã, carioca, liberal e quero o melhor para o país, justiça, saúde, educação e quero que a gente possa ser feliz com as nossas famílias”, deseja.

Serviço O quê: Marina Lima no show Novas Famílias Onde: Teatro Castro Alves (Campo Grande | 4000-1139) Quando: Domingo (27), às 20h Ingresso: R$ 120 | R$ 60 (Filas A a W), R$ 90 | R$ 45 (X à Z6) e R$ 60 | R$ 30 (Z7 a Z11) Vendas: bilheteria do TCA, SACs dos shoppings Barra e Bela Vista e no site www.ingressorapido.com.br. Clube Correio (20%).