Solidariedade é um item que faz a empresa ter um ótimo clima

Cuidado com o ser humano e não apenas com o profissional vem ganhando mais destaque entre trabalhadores

Altos salários, benefícios atrativos, como Participação nos Lucros (PL), e algumas regalias, a exemplo de aparelho celular e carro corporativos. Já faz algum tempo que esses itens não são mais os que definem, segundo os próprios funcionários, se a empresa é ou não boa para se trabalhar.O cuidado com o ser humano e não apenas com o profissional vem ganhando cada vez mais destaque entre os trabalhadores. Atitudes simples, a exemplo da campanha de doação de sangue da indústria farmacêutica Natulab, têm feito a diferença para trabalhadores na hora de continuar ou de pedir para sair.A coordenadora comercial Bárbara Cerqueira diz sentir orgulho em trabalhar na Natulab, principalmente por saber que, além da oportunidade de crescimento, tem qualidade de vida.(Foto: Divulgação)Com sede no município de Santo Antônio de Jesus, a 185 quilômetros de Salvador, o grupo baiano - que pela segunda vez compõe a lista das Melhores Empresas para Trabalhar na Bahia do GPTW - não abre mão de focar nas pessoas.

“O patrimônio da empresa são os funcionários. Sempre tivemos um respeito muito grande por cada um dos nossos colaboradores. Prova disso é o fato de não termos uma ação trabalhista sequer na Justiça”, afirma o presidente da companhia, Marconi Sampaio. Para ele, por mais tecnologia que haja, a máquina nunca vai substituir o homem. “Por isso, investimos muito em capacitação e qualidade de vida dos funcionários”. Entre as ações de gestão de pessoas da companhia, que conta hoje conta com cerca de  mil funcionários, está a Campanha de Doação de Sangue, que desde 2012 é realizada para incentivar os colaboradores a contribuir com o banco de sangue da cidade (Hemoba), seja para ajudar um colega de trabalho, um familiar ou até mesmo um desconhecido.

“Por que não incentivar a ajuda ao próximo? Somente na empresa são mil famílias.  É um dever nosso também estimular a solidariedade”. O presidente acredita que as pessoas solidárias normalmente são mais felizes. “E isso contagia o ambiente de trabalho”, garante.E, para impulsionar a adesão das pessoas, o grupo disponibiliza transporte para levar o funcionário até o local da doação e para depois levá-lo de volta à residência, já que o trabalhador tem direito a folga no dia da doação. Além dessa folga, que é garantida por lei, a Natulab também libera o empregado no dia do seu aniversário.

“As pessoas trabalham o dia inteiro, chegam em casa cansados... O aniversário é um dia especial, para curtir com a família ou da maneira que o aniversariante quiser”, destaca Sampaio, complementando: “A vida não se constrói só com dinheiro, mas também com respeito, solidariedade e amor”.

[[saiba_mais]]FórmulaSe existe uma “fórmula” para fazer com que os próprios funcionários elejam a empresa como uma das melhores para trabalhar, o presidente da Natulab diz que dois ingredientes são básicos: respeito pelos profissionais e pela forma com que eles desempenham as suas atividades, além de transparência nos projetos da companhia. “Às vezes, sou duro, mas nunca destrato os colaboradores. Aqui as pessoas entram ‘pequenas’ e sabem que podem sair grandes, só depende delas. Aqui não tem apadrinhamento. O que vale é a competência”, afirma Sampaio. Além de se mostrar preocupado com o bem-estar dos empregados, o grupo baiano está de olho nas questões ambientais. No ano passado, ao completar 14 anos, a empresa lançou o Projeto Plantando Histórias, que reverencia os colaboradores com o plantio de uma árvore para cada empregado que ajudou a construir a história do grupo. De acordo com o gestor da Natulab, a companhia conta com pessoas que entraram com pouca qualificação e hoje são especialistas. “Tem gente que entrou aqui com o nível médio apenas e hoje está formado em Farmácia, Administração, Psicologia, etc”.Para elevar a qualificação do seu time de funcionários, a indústria, assim como a maioria das empresas da lista GPTW-Bahia 2014, oferece subsídio para qualificação. A empresa arca com 50% da mensalidade para a educação continuada.

A coordenadora comercial da Natulab, Bárbara Cerqueira, foi uma das beneficiadas. Ela conta que, em vez de desembolsar R$ 480 por mês, paga R$ 240 na faculdade de Ciências Contábeis. “Seria difícil investir em uma outra graduação sem essa ajuda financeira. O diferencial aqui são os dirigentes, que pensam no lado operacional  - claro -, mas não esquecem o lado humano”, conta. Ela revela que sente orgulho em trabalhar na companhia, principalmente por saber que, além da oportunidade de crescimento, tem qualidade de vida. “É um orgulho para minha filha também. Ela diz assim: ‘Mãe, quero trabalhar igual a que você trabalha’. Ela fala isso porque sabe que trabalho muito, mas trabalho feliz e tenho tempo para curtir e ficar com ela”. Segundo Bárbara, depois de ter sido eleita uma das melhores empresa para trabalhar no estado, na primeira edição da pesquisa GPTW-Bahia, aumentou, e muito, o assédio dos profissionais na região. “Quando saio na rua com a farda da empresa, por exemplo, me abordam pedindo para eu levar o currículo. Já tenho uns quatro na minha mesa”.