Solto PM que matou gerente de loja no Santo Antônio

Sérgio Ricardo responde em liberdade após audiência de custódia

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  • Bruno Wendel

Publicado em 3 de janeiro de 2018 às 13:48

- Atualizado há um ano

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Já está solto o policial militar Sérgio Ricardo Sobral Guerreiro que matou a tiros o gerente de loja André Luís Santos Silva, 32 anos, e deixou ferido o primo dele, Adriano Santos Santana, 27, no bairro do Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador, na manhã de segunda-feira (1º). 

O PM responde pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio em liberdade desde esta terça (2). A informação foi confirmada ao CORREIO no início da tarde desta quarta (3) pelo Departamento de Comunicação Social (DCS) da Polícia Militar.

De acordo com nota enviada pelo DCS, “o policial militar responde em liberdade por decisão da Justiça, após audiência de custódia”. Na esfera administrativa, foi instaurado um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), que pode implicar até na demissão do militar. O crime também é investigado pela Polícia Civil. Preso por matar gerente de loja, PM já está solto   (Foto: Reprodução/Milena Teixeira/CORREIO) O advogado do PM, Dinoermeson Tiago, disse que Guerreiro foi liberado, porque se apresentou na delegacia, na segunda-feira (1). " O juiz entendeu que não tem requisito pra manutenção da prisão, porque ele [policial] se apresentou espontaneamente", disse. Ainda segundo a defesa, o delegado do plantão não poderia ter feito o flagrante. "Ele se apresentou. O flagrante não era pra ter acontecido", completou. Dinoemerson informou que o cliente está  "bastante abalado" por causa da situção. O policial foi liberado às 11h desta terça-feira (2).

Câmeras de segurança registraram o momento em que o militar atira nas vítimas. No vídeo, é possível ver os primos correndo pela Rua Direita de Santo Antônio, próximo à Cruz do Pascoal, e o PM atirando em uma das vítimas - Adriano, que estava de camisa branca.

Nas imagens, ele dispara na direção de Adriano quando a vítima já está caída no chão, e depois volta e atira novamente. Adriano foi atingido no braço esquerdo de raspão e joelho esquerdo. Já André Luís morreu no local.

Adriano foi socorrido ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde foi submetido a uma cirurgia. Segundo familiares, o estado de saúde dele é grave - e ele pode ter que amputar a perna.

No mesmo dia do crime, só que à noite, Sérgio Ricardo compareceu no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), acompanhado por um advogado. O PM, lotado no Batalhão de Choque, foi autuado em flagrante, segundo a Polícia Civil. Com ele foi apreendida uma pistola 9mm, que teria sido utilizada no crime.

Em depoimento, o policial disse que houve uma discussão com as vítimas e que estas teriam atentado contra a sua vida atirando uma pedra contra seu veículo, um EcoSport preto.

Investigadores do DHPP estiveram na casa do militar onde apreenderam outra arma, uma pistola calibre 380. Tanto o veículo quanto as armas foram encaminhados para o Departamento de Polícia Técnica (DPT), onde passarão por perícia. A ex-mulher do PM, que seria pivô da confusão, além de testemunhas e vítimas do crime já foram ouvidas. O policial foi encaminhado para o Complexo Penintenciário da Mata Escura, onde ficou preso até esta terça (2).