Sonic - O Filme tem aventura, humor e nostalgia

Jim Carrey interpreta vilão Robotnik

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  • Roberto Midlej

Publicado em 13 de fevereiro de 2020 às 06:25

- Atualizado há um ano

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Se, como este jornalista que assina este texto, você está beirando os 45 anos de idade e foi um fanático por games nos início dos anos 1990, provavelmente vai se emocionar no cinema antes mesmo de começar Sonic - o Filme.

É que, já na abertura do longa, as estrelas que integram o logo da Paramount (estúdio responsável pela produção) são substituídas pelos icônicos anéis que marcam o jogo do porco-espinho mais veloz do mundo. Além disso, você vai ouvir os primeiros acordes de uma das trilhas de games mais conhecidas de uma geração. E não se surprenda se for pego em flagrante assoviando involuntariamente a musiquinha do jogo. Jim Carrey (de bigode) é o Robotnik E a viagem aos anos 90 não para por aí: o filme tem Jim Carrey como o vilão Dr. Robotnik. O ator, que foi um dos maiores astros do cinema naquela década, com performances marcantes em filmes como Ace Ventura e O Máskara,   retorna ao seu velho estilo e à sua melhor forma, depois de um tempo meio sumido e em uma profunda depressão.

Sim, Carrey é "careteiro", histriônico, mas, inegavelmente, tem um estilo único de interpretar. Afinal, você consegue imaginar outro ator como protagonista dos filmes citados acima? E ele provou em filmes como O Show de Truman e Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças ser também um ator dramático de muito talento e que não era escravo de seu histrionismo.

Mas em Sonic, você vai ver um Jim Carrey "raiz", com seus velhos maneirismos e sua habilidade incrível para fazer vozes diferentes. E, como estamos falando de um vilão caricato infantil, ninguém melhor que o ator de 58 anos nascido no Canadá para interpretá-lo.

A direção do filme é de Jeff Fowler, que estreia em longas. E vamos à história, que não foge nem um pouco do lugar-comum e consegue manter alguma fidelidade ao jogo: Sonic, devido à sua rara megavelocidade (ele é capaz de chegar a 500 quilômetros por hora) é perseguido em seu planeta por alguns malvados, que querem tirar proveito dessa sua habilidade. Entra em cena a protetora do ouriço, a coruja Longclaw, que, usando um anel mágico de ouro, o transporta para a Terra.

Embora viva isolado entre os terráqueos, ele se sente seguro e até feliz. Até que um dia, devido à sua incontrolável habilidade, Sonic provoca involuntariamente um enorme apagão em território americano. Logo, as autoridades se mobilizam e recorrem ao Dr. Robotnik para encontrá-lo. É aí que ele vai encontrar abrigo na casa de Tom (James Marsden, o Ciclope de X-Men) e acaba sendo "adotado" por ele.

Nasce, claro, uma amizade bonitinha entre um humano e um ser do outro planeta, mote já usado inúmeras vezes no cinema. Qualquer semelhança com ET, de Steven Spielberg, provavelmente não é mera coincidência. Como na ficção científica de 1982, o terráqueo vai fazer de tudo para manter o amigo longe das autoridades americanas. Mas as semelhanças entre Sonic e o clássico de Spielberg, claro, param por aí.

Há alguns meses, quando os fãs do personagem do game viram as primeiras imagens de como ficaria o porco-espinho nas telas, levaram um susto e reclamaram: a Paramount então cedeu aos apelos e fez alguns ajustes, tornando o bichinho mais simpático e "verossímil". Além disso, há bons momentos de humor e até algumas piadas que soam como uma provocação a outros personagens clássicos dos games, mas não vou antecipar aqui.

E isso contribui para que essa adaptação de um game não seja mais um fiasco, como aconteceu em algumas ocasiões: basta relembrar fracassos como Mario Bros. (1993), Street Fighter (1994) e, mais recentemente, Assassin's Creed (2016). Vá, divirta-se e mate as saudades!