“Sou uma mulher sem limites”, diz Claudia Leitte, que completa 20 anos de carreira 

Cantora celebra a data com novo álbum, turnê nacional e show na Disney 

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  • Osmar Marrom Martins

Publicado em 11 de março de 2022 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: João Miguel Júnior/TV Globo

O ano de 2022 será especial para Claudia Leitte. A cantora, que começou sua carreira profissional como vocalista da banda Babado Novo, comemora vinte anos de carreira e planeja uma série de comemorações. A largada foi dada com a música De Passagem, que contou com a participação da caçula Bella e é o primeiro single de seu novo álbum, a ser lançado ainda este ano. Casada com o empresário Márcio Pedreira e mãe de David, Rafael e Bella, Claudia divide seu tempo entre Salvador, Rio, São Paulo e Miami. 

Nesta entrevista ao CORREIO, a cantora de 40 anos fala de como se sente comemorando duas décadas de carreira, da realização do sonho de ser convidada para cantar na Walt Disney World, do Carnaval que vai fazer nos Estados Unidos ao lado de Xanddy e Harmonia do Samba e da estranheza em ficar dois anos sem o Carnaval em Salvador. Também reiterou sua fidelidade à axé music: “A minha base sempre foi, continua sendo e permanecerá na axé music”, garante Claudia, que no dia 8 de abril  se apresenta com Ivete Sangalo em Florianópolis.  

Com o lançamento da canção De Passagem você deu a partida nas comemorações dos 20 anos de carreira. Por que você escolheu essa música? 

Rapaz... essa música é muito linda e toca o coração das pessoas. Mesmo! Todo mundo que escuta sente a mensagem de alguma forma. Ela também tem um som que gosto muito e acredito ser algo muito valioso, pois é totalmente atual e respeita minhas raízes. E, considerando o cenário atual, procuro saber como minha música pode ajudar, pode mover as pessoas de forma positiva. Seja trazendo algum escapismo, pois também é muito necessário ter leveza em determinados momentos, ou trazendo uma reflexão que faz com que a gente entenda que todos os momentos são passageiros, bons ou ruins, não há permanência e isso tem seu valor. 

Uma das novidades nessa música é a sua filha, Bela, nos vocais. Como foi que se deu essa participação? 

A participação de Bela foi muito espontânea. Meus filhos sempre fizeram parte da minha atmosfera de criação, sempre estiveram comigo, mas é engraçado como Bela já tem uma conexão com isso. 

Como você está planejando esse próximo álbum? 

 Agora, mais do que nunca, eu sei bem o que quero falar, o que não quero, como quero soar… então existe toda a questão de maturidade, que é algo que vai ficar bem explícito nesse trabalho, que trará de forma bem firme a minha essência. Estamos planejando para que tanto a galera que me acompanha desde os primeiros anos de carreira, quanto o público mais recente, possa botar pra tocar e se identificar, sentir que aquilo é para eles. Quase uma viagem no tempo. Vem do futuro, consciente do passado, direto para o presente (risos). Tá sendo bem gostoso gerar esse álbum. 

Qual o balanço que você faz dessas duas décadas como profissional? 

Eu sinto que nesses 20 anos eu tive um encontro genuíno comigo mesma. Uma coisa é você saber que você canta, eu desde pequena sabia que eu ia ser cantora e hoje eu sei qual é a minha identidade. Eu tenho muita convicção de que eu posso cantar o ritmo que eu quiser, e isso é muito legal, poder me ver como uma terceira pessoa nessa trajetória, porque comecei minha carreira menina ainda. Mas se eu pudesse resumir, eu diria que sou uma mulher sem limites e que tenho plena consciência de que tem muito mais pela frente. 

Além do disco, você planeja outros eventos para comemorar essa data tão importante? 

Sim!!! O álbum chega apenas no segundo semestre. Antes disso tenho outras músicas a serem lançadas e projetos como a turnê de comemoração de 20 anos, que é um show que eu sempre quis fazer. Inclusive, já comecei a mostrar um pouquinho dele no Réveillon. Quero muito viajar o Brasil de ponta a ponta para celebrar com todos os que estiveram comigo nesses 20 anos. É um ano longo, de muitas ações e estamos com um calendário de divulgação bem rígido, pra tudo sair na hora certa. De Passagem é o início de muita coisa boa que ainda vai acontecer até dezembro! 

Apesar de ter começando na axé music, ao longo desses anos, você experimentou diversos ritmos. Hoje, como Claudia Leitte se definiria como artista? 

A minha base sempre foi, continua sendo e permanecerá na axé music. De Passagem mesmo, música que eu lancei há poucos dias, ela tem base no samba reggae, assim como muitas outras músicas minhas e de vários outros artistas também. Luiz Caldas, o pai do axé, que tive a honra de dividir o palco em 2014, no meu DVD Axemusic - onde homenageei essa minha raiz - uma vez disse que axé não é um ritmo, um estilo musical, é um movimento que une vários estilos. Isso faz muito sentido pra mim quando olho pra trás. Eu cresci na Saúde ouvindo tudo. Tudo mesmo! Eu ouvia os ensaios do Olodum do quintal de casa, e quando entrava na sala estava passando Madonna, linda e poderosa na TV. Alí eu já ficava encantada! Sempre fui cercada da nossa arte! Antes de chegar ao Babado Novo, cantei de rock progressivo a forró. Fusão é e sempre foi palavra de ordem pra mim. Então tudo isso me leva ao axé como essência. Se o som me emociona e vejo que posso tocar as pessoas de alguma forma, eu vou firme e com fé, porque sei de onde venho. 

Não teve Carnaval em Salvador, mas você vai participar, pelo segundo ano de um Carnaval que Xanddy organiza nos EUA. Qual a sensação de fazer um Carnaval fora do Brasil e em especial da Bahia? 

Eu prometo que ainda tô tentando entender esse sentimento. Nada cobre a lacuna da falta de um Carnaval conforme merecemos e estamos habituados. Acho que vou compreender quando sentir o público, mas tratando-se de Carnaval, especialmente o nosso, baiano, não tem como não ter uma energia massa, ainda mais com Xanddy e toda a galera.  

Como Claudia Leitte se sente depois de ser confirmada pela Garden Rocks Concert Series como a primeira cantora brasileira a performar no Walt Disney World, nos dias 24 e 25 de abril? 

Uma “criança na Disney”, quase literalmente (risos). É uma felicidade muito grande! Esse era um dos meus grandes sonhos. Estou ansiosa para subir no palco! 

Pra quem gosta e ama a Bahia como você sempre fala, como é viver fora, longe do suingue baiano, das comidas maravilhosas e das festas populares? 

Eu acho que deve ser muito difícil, mas quando se tem a baianidade como essência, não importa onde estejamos, levamos e somos a Bahia. No meu caso, apesar de estar sempre em lugares diferentes, por conta da minha profissão há mais de 20 anos e agora mais reclusa entre Salvador, Rio, São Paulo e Miami por conta da pandemia, sempre há Bahia por perto. Desde um hotel, na estrada, para shows no Sul do país até para apresentações internacionais. É tudo sobre gente! Minha banda, minha família, minha equipe, minha música… tudo é Bahia. Alguns são Vitória, mas a maioria é Baêa! (Risos)