Startups focadas em bio-recursos marinhos ganharão investimento de 1 milhão de euros

A iniciativa é uma parceira da Fundação Oceano Azul com a Fundação Calouste Gulbenkian

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  • Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2018 às 18:15

- Atualizado há um ano

Esta é o primeiro projeto conjunto da Fundação Oceano Azul, em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian. Nomeada de Blue Bio Value, o financiamento será realizado durante três anos. A verba deve ser destinada para um acelerador internacional de projetos e startups relacionadas à bioeconomia marinha. O orçamento total é de um milhão de euros. O protocolo que dá o pontapé inicial a iniciativa foi assinado esta quarta-feira, no Oceanário de Lisboa, em uma cerimônia que contou com a presença da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.

Na cerimônia de formalização do tratado entre as duas fundações também estiveram presentes, o presidente do conselho de administração da Fundação Oceano Azul, José Soares dos Santos, a presidente do conselho de administração da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, o presidente executivo da fundação da Fundação Oceano Azul, Tiago Pitta e Cunha, e o administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, Pedro Norton.

Blue Bio Value

O programa tem como principal objetivo incentivar projetos e ideias para o desenvolvimento de produtos ou serviços sustentáveis que se apliquem aos bio-recursos marinhos e os transforme em oportunidades de negócio. A abertura das candidaturas está prevista para Junho deste ano.

Segundo as fundações realizadoras, o compromisso firmado marca os três anos futuros de investimento regular na “valorização do capital natural marinho”. A Blue Bio Value é só o início de um objetivo ainda maior: a “implementação de iniciativas que promovem a mudança da sociedade e do planeta”. Isso tudo através da educação, conservação e capacitação dos profissionais.

“As indústrias dos bio-recursos marinhos, enquanto indústrias inovadoras e de grande conhecimento científico, geram um valor acrescentado elevado, que resultam em produtos, processos e serviços com aplicação em indústrias como a farmacêutica, nutracêutica, a indústria alimentar, cosmética, têxtil, biocombustíveis, entre outras”, diz o comunicado conjunto das organizações. “Como exemplos práticos de biomateriais referem-se próteses feitas à base do esqueleto externo de camarão, suplementos alimentares com base em espinhas de peixe, cosméticos que utilizam algas, ou tintas sustentáveis para navios.”

Nos últimos dez anos, o setor de biotecnologia marinha se destaca pelo crescimento na Europa representado pela taxa de 5%. Mesmo depois do surgimento de mais startups, esse crescimento ainda não atingiu o nível do Canadá e Estados Unidos. A previsão é que em 2025 o setor represente mais de 6 milhões de euros. Portugal  é considerado uma potência com condições suficientes para ocupar uma posição líder neste ramo do mercado europeu.

“Porque é um país detentor de matéria-prima, rico em biodiversidade marinha, mais do que qualquer outro país europeu, tendo ao seu alcance os recursos naturais necessários ao desenvolvimento deste sector”, defendem.

Ainda segundo as organizações envolvidas no projeto, Portugal também possui centros de investigação marinha e recursos humanos com conhecimento científico capacitados para desenvolver uma indústria na área da biotecnologia e dos recursos biológicos do mar.