Suassuna – O Auto do Reino do Sol estreia no TCA

Espetáculo marca aniversário do escritor e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna que, em 2017, completaria 90 anos

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 28 de outubro de 2017 às 06:00

- Atualizado há um ano

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Circo, guerra entre famílias e o universo do sertão. Os elementos da obra do escritor paraibano, radicano no Recife, Ariano estão no musical ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’, que se apresenta pela primeira vez em Salvador, no sábado (28) e domingo (29), no Teatro Castro Alves, pelo Catálogo Brasileiro de Teatro. O espetáculo traz canções originais de Chico César, direção de Luís Carlos Vasconcellos e texto de Bráulio Tavares.

Toda a história se passa no Sertão da Paraíba, quando um circo vai para Taperoá onde deve encenar um espetáculo nas festividades em homenagem ao “poeta Ariano Suassuna”. No caminho, a trupe é informada que duas famílias tradicionais estão em pé de guerra e todo dia tem tiroteio na localidade. De um lado, a família Fortunato. Do outro, o Major Antonio Moraes. Além do conflito armado com os Fortunatos, a família descobre que Iracema, sobrinha do Major, foi vista fugindo de casa naquela noite, com um rapaz, e o Major está uma fera. O rapaz é Lucas Fortunato, da família rival. É justamente sob a lona do circo que o casal pede abrigo. Na viagem, são perseguidos pelos jagunços.

Durante o trajeto, entre os ensaios, eles percebem o fluxo dos retirantes, que se encaminham para o Soturno, que é um local de encontro.  Lucas fica sabendo que alguns irmãos de criação estão refugiados no Soturno, junto com outros retirantes. Ele vai reencontrá-los. A presença do jovem vai desencadear uma reação violenta por parte dos jagunços das famílias em guerra. De acordo com Bráulio Tavares, a ideia de criar um texto para uma peça sobre o amigo e objeto de estudo partiu de um convite da produtora Andréa Alves. “Na época, pensamos em fazer a montagem à partir de uma coletânea de textos do próprio Ariano. Depois, optamos por construir um roteiro inédito, à partir dos temas comuns na obra desse grande nome da literatura nordestina”, diz Bráulio, ressaltando que a história foi inspirada no romance Fernando e Isaura, que remete muito a história de Romeu e Julieta.

Durante um ano, eles realizaram a preparação dos artistas integrantes da Companhia A Barca dos Corações Partidos, que estão juntos em sua quarta montagem, fato que para o roteirista é muito positivo pois torna os atores mais coesos. “Há um ano trabalhamos juntos. Em outubro e novembro do ano passado, fizermos uma oficina com a obra e a vida de Suassuna e o texto nasceu à partir dos ensaios”, revela, lembrando que as últimas cenas do espetáculos ficaram prontas quando faltava apenas quinze dias para a estreia. “Essa construção feita de forma tão coletivizada foi muito importante para esse espetáculo”, conta, ressaltando que o fato de três paraibanos trabalharem na concepção do espetáculo também foi pensada para se aproximar ainda mais do universo de Ariano que, apesar de radicado em Recife, era paraibano de Taperoá.

Bráulio lembra que as letras de sua autoria musicadas por Chico César, em breve, integrarão um álbum. “Não descartamos a possibilidade de que o espetáculo possa se transformar num DVD, mas, por hora, o que temos é o próprio espetáculo e o cd que tem lançamento para breve”, conclui.

SERVIÇO - Teatro Castro Alves (Campo Grande). Sábado (28), às 21h, e domingo (29), às 19h. Ingresso:  R$ 120 | R$ 60 (A a P); R$ 80 | R$ 40 (Q a Z3); R$ 50 | R$ 25 (Z4 a Z8); R$ 30 | R$ 15 (Z9 a Z11).