Superprodução musical conta a história de Bibi Ferreira no TCA

'Um talento como ela aparece a cada 200 anos', diz Tadeu Aguiar, diretor do espetáculo que trabalhou com Bibi mais de 30 anos

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  • Laura Fernades

Publicado em 30 de agosto de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Guga Melgar/Divulgação

Dizer que o espetáculo 'Bibi, Uma Vida em Musical' coleciona onze prêmios, talvez não dê a dimensão de como a superprodução carioca traz de volta ao palco a história da dama do teatro, Bibi Ferreira (1922- 2019). Talvez o leitor compreenda melhor o espetáculo que está em cartaz de hoje (30) a domingo (1/9), no Teatro Castro Alves, através da história de um senhor que comprou o ingresso achando que veria a própria Bibi em cena.

Frustrado quando viu outra atriz no lugar da homenageada, que ainda era viva quando o espetáculo estreou em 2017, toda hora perguntava: “Que horas a Bibi entra?”. “As pessoas começaram a explicar a ele que não era um show da Bibi, mas um musical sobre ela. Aí como Amanda, atriz que interpreta ela, vai envelhecendo com o desenrolar da peça, no final ele tomou um susto e disse: ‘Não falei que ela vinha?!’”, gargalha o diretor do premiado musical, Tadeu Aguiar, 59 anos.

Amigo que trabalhou mais de 30 anos com a cantora, diretora e atriz carioca Bibi Ferreira, Tadeu garante que a protagonista do musical, a paulistana Amanda Acosta, de fato “incorpora a Bibi”. “Achava que só Amanda podia fazer esse papel, e não à toa ela ganhou todos os prêmios que você imaginar. Todos!”, elogia Tadeu, sobre a intérprete que surpreende pela fidelidade que apresenta no palco, dos trejeitos à entonação vocal. Amanda Acosta interpreta a atriz, diretora e cantora Bibi Ferreira (Foto: Divulgação) Último espetáculo que Bibi viu em vida, o musical que chega a Salvador conta sua história em mais de duas horas. A começar por quando entrou em cena pela primeira vez: com apenas 24 dias de vida, no colo do pai, o ator Procópio Ferreira (1898-1979), para substituir uma boneca que tinha sumido da cena. O musical passa, ainda, pelos quase 80 anos de carreira que só terminaram com sua aposentadoria aos 96 anos, poucos meses antes de morrer.

Desafio O espectador terá contato, ainda, com outros momentos marcantes da vida de Bibi, como seu primeiro espetáculo profissional, seu primeiro amor e a peça Gota d’Água, escrita por Chico Buarque e Paulo Pontes, com a qual Bibi venceu o Prêmio Molière, em 1975, por interpretar Joana. Claro que também está lá a peça em que dá voz à cantora francesa Édith Piaf (1915- 1963), que ficou 35 anos em cartaz também com direção de Tadeu Aguiar.“O maior desafio foi colocar uma história de 75 anos de profissão em duas horas e meia de espetáculo”, revela Tadeu.Para se conhecer mais essa história, Amanda teve acesso ao acervo de fotos de Bibi, que “abriu a casa pra eu poder mergulhar nas coisas pessoais dela”, conta a atriz. Além disso, outros materiais serviram de fonte de pesquisa, como vídeos, entrevistas, shows, documentários “com ela falando dela mesma e de personagens” e até uma biografia sobre a homenageada, que ainda será lançada.

Até o próprio contato de Amanda com a dama do teatro alimentou sua inspiração para viver uma das personagens mais marcantes do teatro brasileiro. “Conheci a Bibi quando fui assistir a um espetáculo que ela fazia. Fui no camarim falar com Bibi e fiquei muito emocionada quando a vi. Falei do meu amor por ela, ela pegou nas minhas mãos, olhou nos meus olhos e disse: ‘isso é muito trabalho, minha filha’. E é muito trabalho mesmo, muita dedicação”, reflete Amanda. “Presto a minha homenagem a ela”, agradece.

Serviço O quê: 'Bibi, Uma Vida em Musical' Onde: Teatro Castro Alves (Campo Grande) Quando: Sexta (30) e sábado (31), às 20h, e domingo (1/9), às 18h Ingresso: R$ 120 | R$ 60 (filas A a P), R$ 100 | R$ 50 (Q a Z1) e R$ 80 | R$ 40 (Z2 a Z11) Vendas: bilheteria do TCA, SACs dos shoppings Barra e Bela Vista ou pelo site Ingresso Rápido. Clube Correio (40% de desconto)