Suplente de tucano pagou por auditório onde foi lançado partido de Bolsonaro

Em 2009, Paulo Octávio teve seu nome citado na Operação Caixa de Pandora da PF

Publicado em 22 de novembro de 2019 às 08:14

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evaristo Sá/AFP

Suplente do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), o advogado Luís Felipe Belmonte afirmou nesta quinta-feira (21) que foi o responsável por pagar o aluguel do auditório do Hotel Golden Tulip, em Brasília, onde foi realizada a convenção de lançamento do Aliança pelo Brasil, partido criado pelo presidente Jair Bolsonaro.

A afirmação de Belmonte contraria o que o próprio Bolsonaro havia dito mais cedo. Durante discurso, ele agradeceu o ex-vice governador do Distrito Federal Paulo Octávio pela "cessão" do local. "Conversei há pouco com o Paulo Octávio, ao qual eu agradeço a cessão desse local e perguntei sobre a taxa de ocupação de hotéis. Ele disse que está bem superior à do ano passado", disse Bolsonaro.

Em 2009, Paulo Octávio teve seu nome citado na Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal (PF), que investigava a distribuição de recursos ilegais a políticos do DF em troca de apoio. Ele nega participação no esquema. Em 2014, ele chegou a ficar quatro dias preso depois de ser acusado pelo Ministério Público de participar de um esquema de pagamento de propina para liberação de alvarás. Ele também nega. Atualmente, ele é presidente regional do PSD.

Belmonte negou que Bolsonaro tenha se enganado ao dizer que Paulo Octávio, um dos sócios do Golden Tulip, cedeu o auditório. O hotel ficou conhecido nos governos do PT por abrigar eventos do partido.

"Cedeu porque o local é muito solicitado. Ele (Paulo Octávio) conseguiu liberar na data". Anunciado como segundo-vice-presidente da legenda, Belmonte é casado com a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF). Ele não revelou o valor da locação, mas disse que foi uma doação sua para o Aliança. "O partido ainda não existe, não tem como fazer despesa Eu, como estou participando desde o primeiro momento, fiz essa doação", disse.

Belmonte foi um dos principais doadores de campanhas no Distrito Federal no ano passado. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele destinou R$ 3,947 milhões aos candidatos, a maior parte para Izalci.

Conforme aliados de Bolsonaro, uma vaquinha foi feita para pagar outros custos, como segurança, recepcionistas e aluguel de telões instalados na parte externa, onde apoiadores acompanharam os discursos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.