Surto de dengue, como evitar?

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Publicado em 21 de outubro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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O Verão está chegando e, mais uma vez, nos deparamos com um problema que se repete, a cada ano, nessa mesma época. Enquanto turistas do mundo inteiro escolhem a Bahia como destino para as férias, justamente em um dos momentos mais importantes para a nossa economia, das 417 cidades baianas, 81 já correm risco de epidemia de dengue. Os números chegam do mais recente Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (LIRAa) nos informando que 20% dos nossos municípios têm índice de infestação predial acima de 4%. De acordo com a classificação do Ministério da Saúde, índices acima de 3,9% são alerta para surto.

Os motivos apontados são diversos. Entre eles, os longos períodos de estiagem pelos quais passam alguns desses municípios. A situação acaba forçando a população a acumular água,  o que,  muitas vezes, é feito longe das condições ideais. Mas esse é apenas um sintoma do problema maior. Faltam-nos estruturas adequadas de prevenção. Entre elas, claro, a conscientização popular.  Hábitos incorretos na manutenção de residências - assim como construções desabitadas que são deixadas em abandono - continuam sendo um grande desafio no combate ao Aedes aegypti. Vale lembrar que o mosquito, além da dengue,  transmite outras doenças virais, como a zika, a chikungunya e a  febre amarela,  um pesadelo que assustou todo o Brasil no Verão passado.

Os estragos são imensos. Mortes e sequelas irreversíveis estão entre as consequências de uma política de combate insuficiente e de hábitos que, para muitos, ainda parecem inofensivos. Reservatórios de água a céu aberto, pneus e mesmo pequenos vasilhames abandonados nos quintais servem de berçário para o mosquito, que tem o auge do seu ciclo de vida neste período, mas deve ser combatido durante todo o ano. A gravidade deste momento vem do fato de que as chuvas de novembro favorecem a evolução dos ovos para as larvas que, em seguida, viram mosquito. É a última chamada para uma guerra que perdemos, todo ano.

De quem é a responsabilidade? De todos. O poder público deve atuar com campanhas, agentes de saúde, inspeções e distribuição dos produtos necessários. Mas, sem o envolvimento da população, nunca teremos o resultado desejado. É preciso que a informação circule e  promova, de fato, mudança de hábitos.  Cada cidadão tem que entender que cuidar do seu ambiente é cuidar da própria saúde. São providências simples que, se todos tomarem, poderão, ainda, barrar a epidemia. Basta que se tampe os tonéis e caixas d'água, que as calhas sejam limpas, que vasilhames vazios em área externa estejam sempre virados com a boca para baixo, que as lixeiras estejam bem tampadas, que os ralos estejam limpos e que os pratos de vasos de plantas sejam preenchidos com areia.

Sem mudar de atitude, ninguém alcança um outro resultado. Desta vez, não vamos esperar os números assustadores nos noticiários. Não vamos viver mais um Verão de terror, como o que tivemos no ano passado. Vamos cuidar do problema antes que ele fique, mais uma vez, incontrolável. Todos devem se lembrar das grávidas em pânico na epidemia de zika e das crianças que nasceram com sequelas graves. Da mesma maneira, do desespero pela vacina contra febre amarela e dos casos gravíssimos de dengue hemorrágica, com registros de mortes por todo o país. É um mosquito que faz todos esses estragos. E o Aedes aegypti, neste momento, já está dentro de muitas casas. É exatamente agora a hora do combate.