Suspeito de adulterar e vender cilindros de oxigênio é preso na BA

Dono da empresa está fora do país e é acusado de homicídio na Justiça do Espírito Santo

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  • Yasmin Garrido

Publicado em 28 de agosto de 2018 às 18:59

- Atualizado há um ano

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Uma operação conjunta do Ministério Público do Estado da Bahia e da Polícia Civil resultou nesta terça-feira (28) na prisão em flagrante de Diogo Lemos Dias dos Santos, suspeito de participar de um esquema de fraude na produção de cilindros de oxigênio na Bahia. Ele foi localizado na sede da empresa Assis & Rodrigues Ltda-ME, investigada por supostamente fornecer o gás medicinal adulterado a unidades de saúde nos municípios de Teixeira de Freitas, Alcobaça, Caravelas, Ibirapuã e Vereda, no Sul do estado.

De acordo com o promotor responsável pelo caso, George Elias Pereira, e com o delegado Ricardo Amaral, durante a ação foram apreendidos cilindros adulterados. Ainda segundo eles, em depoimento, Diogo afirmou que é responsável pelos serviços contábeis e pela emissão de notas fiscais da empresa, de propriedade do pai dele, Izaias Rodrigues da Silva. O suspeito ainda declarou que o pai está fora do país e, por isso, não foi localizado. 

As investigações apontam que a empresa fornecia cilindros de oxigênio industrial como se fossem de oxigênio medicinal às unidades de saúde da região, a exemplo do Hospital Municipal de Teixeira de Freitas e da Unidade Municipal Materno Infantil. Ainda de acordo com o Ministério Público, “para realizar a fraude, a empresa teria comercializado cilindros com lacres distintos dos selos identificadores e pintado de verde cilindros originalmente pretos”.

Por meio de nota, o promotor George Elias explicou que “normas do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) estabelecem, para diferenciar os produtos, que o oxigênio medicinal deve ser acondicionado em cilindro verde, enquanto o oxigênio industrial em cilindro preto”. Com isso, a polícia constatou as fraudes e encaminhou os materiais apreendidos à perícia.

O CORREIO tentou contato com a empresa por telefone e por e-mail, mas ninguém respondeu até a publicação desta nota. As declarações do delegado foram repassadas por meio de nota encaminhada pelo MP-BA. O CORREIO também tentou contato com a delegacia, mas Ricardo Amaral não estava na sala.

Histórico de crimes Em uma busca entre os processos em curso no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), o CORREIO identificou que o dono da empresa, Izaias Rodrigues da Silva, responde a uma acusação de homicídio junto à Justiça do Espírito Santo. De acordo com o processo, em 11 de junho de 2015, o suspeito teria atirado e matado Gefison Oliveira de Souza, na cidade capixaba de Linhares.

A ação foi parar no TJ-BA, uma vez que uma das testemunhas arroladas no processo é natural de Medeiros Neto, município do Sul da Bahia. Izaias chegou a ter a prisão preventiva decretada, a pedido do Ministério Público do Espírito Santo, mas foi liberado. O processo continua em curso e corre em segredo de Justiça.

*Com supervisão da editora Tharsila Prates