Talibãs condenam novas caricaturas de Maomé no Charlie Hebdo

Em comunicado, o Emirado Islâmico do Afeganistão lamenta a publicação de novas caricaturas que "provocam muçulmanos"

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Publicado em 15 de janeiro de 2015 às 06:42

- Atualizado há um ano

Os talibãs afegãos condenaram hoje (15) a publicação de novas caricaturas do profeta Maomé no semanário francês Charlie Hebdo e saudaram os autores do atentado praticado na semana passada contra o jornal.Edição do Charlie Hebdo após ataque esgotou à medida que chegava às bancas francesas(Foto: Bertran Guay/AFP)Em comunicado divulgado nessa quinta-feira, o Emirado Islâmico do Afeganistão, nome oficial dos talibãs afegãos, lamenta a publicação de novas caricaturas que, segundo o grupo, “provocam a sensibilidade de quase 1,5 milhão de muçulmanos”.

Na terça-feira (13), a principal autoridade islamita sunita no Egito, Al Azhar, antecipou que a publicação de novos desenhos representando o profeta Maomé no jornal satírico francês vai “incitar o ódio”.

A publicação dos desenhos vai incitar o ódio, “não serve à coexistência pacífica entre os povos e impede a integração dos muçulmanos nas sociedades europeias e ocidentais”, disse Al Azhar em nota.

O primeiro número do jornal Charlie Hebdo depois do ataque tem na capa uma caricatura de Maomé, com lágrima no olho, segurando uma folha com a frase ‘Je suis Charlie’, a mesma que foi utilizada por milhões de pessoas que se manifestaram em defesa da liberdade de expressão. O desenho tem como título “Tudo está perdoado”.A Al Qaeda no Iêmen reivindicou nessa quarta-feira, em vídeo divulgado, o atentado terrorista da semana passada, em que morreram 12 pessoas na redação do semanário em Paris.

Em outro vídeo, divulgado na última sexta-feira (13), um líder religioso da Al Qaeda na Península Arábica ameaçou a França com novos ataques.

"Não estareis em segurança enquanto combaterdes Alá, o seu mensageiro e os fiéis", declarou na mensagem Harith Al Nadhari, uma autoridade em sharia, a lei islâmica.

Na quarta-feira da semana passada (7), dois homens encapuzados e armados, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, entraram na redação do Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas.

Depois de dois dias em fuga, eles foram mortos na sexta-feira, durante ataque de forças de elite francesas a uma gráfica em Dammartin-en-Goële, nos arredores da cidade, onde estavam.

Em outro atentado, na quinta-feira, uma agente da polícia municipal foi morta, no sul de Paris, tendo a polícia estabelecido ligação com os dois jihadistas autores do atentado ao Charlie Hebdo.

Na sexta-feira, no fim da manhã, cinco pessoas foram mortas em um supermercado kosher (judaico), no leste de Paris, durante uma tomada de reféns, incluindo o autor do sequestro, que foi morto na operação policial.[[saiba_mais]]