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Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2022 às 05:00
A educação é um agente transformador que abre portas e modifica realidades. No entanto, ter acesso à educação de qualidade pode ser um desafio excludente para inúmeras pessoas, sobretudo, em países com um histórico de subdesenvolvimento como o Brasil.
Diante disso, precisamos encontrar mecanismos para alavancar as oportunidades geradas no país e preparar as pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e social para ocuparem os postos de trabalho e, assim, modificarem suas vidas por meio da educação. A resposta para unir oportunidade à necessidade, com certeza, está no mercado de tecnologia. No Brasil, contamos com 14 milhões de pessoas desempregadas que precisam ser capacitadas e mais de 897 vagas abertas por ano no mercado de TI que não são preenchidas pela escassez de mão de obra e dificuldades em encontrar talentos.
Embora o cálculo para a resolução da problemática pareça simples, arcar com os custos de uma especialização na área de tecnologia é um privilégio que não alcança milhares de talentos em potencial. Sobretudo, pessoas pretas, LGBTQIA+ e moradores de comunidades que se encontram em situação de vulnerabilidade social e econômica.
De acordo com os dados do IBGE, a diferença entre a renda média dos brancos e a renda média dos pretos e pardos é superior a 73,9%. Além disso, ainda de acordo com o Instituto, quase metade da população preta ou parda empregada trabalhou em postos informais durante os períodos de crise, o número exato ficou em 47,3%. Na população branca, essa proporção ficou em 34,6%.
O reflexo dessa desproporcionalidade pode ser apontado também nas oportunidades para o ingresso em cursos superiores. Em 2018, 25,2% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos estavam cursando ou já haviam concluído o ensino superior, mas o recorte racial mostra que, considerando apenas a taxa de matrículas de jovens brancos, essa porcentagem salta para 36,1%. Já olhando apenas para os jovens negros (pretos ou pardos), o índice cai pela metade: 18,3%.
A minha jornada empresarial na educação surgiu da necessidade de oferecer uma formação acessível, eficaz e de fato produtiva para os que anseiam ansiosamente por isso e querem mudar a sua realidade. Conforme defendia Paulo Freire, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Garantir que milhares de brasileiros se especializem e acessem novas oportunidades é proporcionar ao país a possibilidade de sonhar, acreditar e alcançar novos patamares educacionais e de desenvolvimento. A corrente da educação gera oportunidades e mudanças que repercutem na vida de todos, é nossa responsabilidade viabilizar essas transformações.
José Messias Júnior é CEO da Cubos Academy