Temer é 'líder da organização criminosa', diz Bretas em decisão; leia na íntegra

Para juiz da Lava Jato, ex-presidente é principal responsável por diversos atos de corrupção

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  • Da Redação

Publicado em 21 de março de 2019 às 13:09

- Atualizado há um ano

. Crédito: Wenderson Araújo/Estadão Conteúdo

Na decisão em que ordena a prisão de Michel Temer, o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, afirma que o ex-presidente é o "líder da organização criminosa" responsável pelos atos de corrupção descritos na denúncia.

"Por sua posição hierárquica como vice-presidente ou como presidente da República do Brasil, e a própria atitude de chancelar negociações do investigado Lima o qual seria, em suas próprias palavras, a pessoa 'apta a tratar de qualquer tema', é convincente a conclusão ministerial de que Michel Temer é o líder da organização criminosa a que me referi, e o principal responsável pelos atos de corrupção aqui descritos", afirma Bretas, ao determinar o cumprimento da prisão preventiva de Temer e do ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco. 

O ex-presidente é suspeito de ter recebido propina por meio de um contrato da Eletronuclear, estatal responsável pela construção de Angra 3. O documento foi assinado por Bretas há dois dias, mas a prisão preventiva só foi cumprida desta quinta-feira (21).

Leia a decisão na íntegra.

Prisões O ex-presidente foi detido no final da manhã, em São Paulo, por agentes federais do Rio. A prisão teve como base a delação de José Antunes Sobrinho, dono da Engevix.

O empresário disse à Polícia Federal que pagou R$ 1 milhão em propina, a pedido do coronel João Baptista Lima Filho (o investigado Coronel Lima, citado por Bretas, que é PM reformado e amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento do então presidente Temer.

A Engevix fechou um contrato em um projeto da usina de Angra 3. A investigação é um desdobramento das operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade.

Além de Moreira Franco, o despacho também pede a prisão de outras seis pessoas. Como a prisão é preventiva, não há prazo determinado para a soltura. O processo está sob em segredo de justiça.