Temer volta de Davos com agenda prioritária na reforma da Previdência

Ele diz que na viagem ficou ainda mais convencido da necessidade de aprovar a proposta

Publicado em 25 de janeiro de 2018 às 12:20

- Atualizado há um ano

. Crédito: AFP

Antes mesmo de voltar ao Brasil, o presidente Michel Temer mandou um recado para sua equipe que ficou no país. A partir desta sexta-feira (26), sua agenda prioritária será buscar os votos necessários para votar a reforma da Previdência. O governo ainda não tem os 308 votos necessários para aprovar a emenda constitucional, mas fará um esforço final para tentar atingir esse quórum mínimo.

O peemedebista diz que em seus contatos na Suíça ficou ainda mais convencido da necessidade de aprovar a proposta. Segundo interlocutores de Temer, ele gostou do que ouviu de investidores estrangeiros no Fórum Econômico Mundial de Davos, reconhecendo os avanços na economia brasileira, como queda da inflação, dos juros e retomada do crescimento. Mas também ouviu o alerta de que o país precisa resolver sua crise fiscal.

Para isso, é fundamental aprovar a reforma da Previdência. Durante o período em que ficou em Davos, assessores disseram que Temer sentiu algo que não costuma acontecer no Brasil. O reconhecimento pela aprovação das reformas estruturais e a melhora no ambiente econômico e de investimentos no país. E poucos comentários sobre a crise política e as investigações do Ministério Público contra ele e aliados.

Agora, porém, Temer tem de voltar à realidade brasileira, onde sua popularidade é baixa e sempre é alvo de notícias sobre o avanço de investigações em relação a seus aliados – algumas delas atingindo-o pessoalmente também. Por isso, deseja seguir focado na economia e na tentativa de aprovar a reforma da Previdência Social.

O governo avalia que precisa tentar aprovar a proposta de qualquer jeito em fevereiro. Caso não consiga agora, pode ser obrigado a desistir e deixar a votação da reforma para o próximo governo. O que seria uma derrota para o presidente Temer exatamente na proposta de mudança estrutural considerada a mais importante para reequilibrar as contas públicas.