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Sexto filme da série, o irregular Exterminador do Futuro - Destino Sombrio se sustenta em Linda Hamilton e Arnold Schwarzenegger
Doris Miranda
Publicado em 31 de outubro de 2019 às 08:15
- Atualizado há um ano
Em 1984, quando o diretor James Cameron lançou o hoje cult O Exterminador do Futuro, filme que alçou Arnold Schwarzenegger ao estrelato, uma trama apocalíptica como aquela fazia sentido apenas no imaginário da cultura pop. Hoje, com ameaças reais ao planeta (e, consequentemente, à humanidade) pipocando em tudo quanto é canto dá para encarar de frente a ideia do extermínio no planeta Terra. Que o digam os ecossistemas marinhos afetados pela misteriosa onda de óleo que jorra há quase dois meses no litoral nordestino.
Hoje, 35 anos depois e mais de três bilhões de dólares arrecadados em bilheteria com uma saga bem irregular, a distopia original parece muito atual no cenário sociopolítico do mundo contemporâneo.
Não que virá do futuro um robô assassino programado para matar o salvador(a) da humanidade diante do domínio total das máquinas, como a história ainda se sustenta neste Destino Sombrio, sexto episódio da série O Exterminador do Futuro. Nos nossos dias, o exterminador do homem será o próprio homem - e sua ganância de poder.
Nas mãos de Tim Miller (Deadpool/2016), a nova trama ganha um tom afetivo provocado pela reunião de Sarah Connor (Linda Hamilton, muito potente ainda) e o T-800 (Schwarzenegger, numa versão grisalha e carismática do robô), em mais uma missão conjunta. Mas a história soa repetitiva, entediante até, numa condução mediana, com longas cenas de ação.
Produzido por James Cameron, o arco dramático continua o mesmo: jovem mulher com destino heroico é perseguida por um robô vindo do futuro, enquanto encontra em outra entidade híbrida deslocada no tempo a proteção que precisa para dar largada na resistência do amanhã. Uma curiosidade que vale a pena ser dita: com traços de humanidade sugeridos no segundo filme da série, o T-800 assume o estranho lugar de pai de família num rancho do interior do Texas. A motivação para o papel surgiu de um momento delicado da saúde de Schwarzenegger: três meses antes de começar a filmar, o ator foi internado para uma cirurgia no coração - a terceira intervenção no órgão desde 1997.
Ao invés de adiar ou simplesmente cancelar sua participação, Schwarzenegger viu o obstáculo como oportunidade de recuperação rápida. “O filme me deu um propósito”, disse o ex-governador da Califórnia. “Criei um programa de treinamento para sair o mais rápido possível do hospital e começar a reabilitação e os exercícios. Se existe a força de vontade, o corpo responde,” completou.