Tempo essencial

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  • Cesar Romero

Publicado em 22 de junho de 2020 às 23:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: .
. por Leonilson/Divulgação

Será que importa mesmo o tempo no qual o artista trabalha? Este fator cronológico é de fato determinante? Por vezes sim, outras vezes não. Pode-se citar o artista visual Yves Klein nascido em Nice, França, em 1928 que trabalhou por apenas uma década e meia e morreu com 34 anos de infarto fulminante. Foi um artista excepcional. Iniciou em 1956 sua série de pinturas monocromáticas. Fundou o Novo Realismo com o crítico de arte Pierre Restany. Criou o Azul Klein, uma variação do ultramarino.

Os norte-americanos Jean-Michel Basquiat, que morreu aos 28 anos, com suas melhores produções entre 82 a 85, e Keith Hering que morreu aos 32, trabalharam apenas por uma década e hoje são celebridades. No Brasil, Leonilson (fotos), que morreu aos 36 anos, também trabalhou por uma década, deixou um legado excepcional.

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Existem muitos outros exemplos na historia da arte que atesta: o talento é o essencial. O virtuoso sempre engana, fica nas aparências. Aos jovens, a notícia é que seu começo deve ser na humildade, no estudo, no preparo para o ofício, na consciência que a arte é construção de linguagem, fidelidade a propósitos e muito trabalho.

Existem artistas que acreditam em inspiração, coisa de amador, ou achados milagrosos que não se confirmam. O que alimenta uma carreira são as escolhas, o aprofundamento nelas, as análises comparativas, o andamento do processo criativo e a constante reinserção dentro do fio condutor escolhido. O que sobe vertiginosamente pode cair com a mesma velocidade. Aconselhável pensar nisto. Maior que a arte é uma arte maior, quando sustenta o ar dos tempos, onde está imersa e não subjugada. O perigo de perder o rumo deve ser calculado e a busca da essência é definidora.

Uma obra de arte existe quando há transformação de energia em matéria via produção, que se encontra com os nossos órgãos dos sentidos promovendo no outro uma interação. A obra de arte necessita da ação do corpo e suas extensões. O corpo tem que ser fiel a sua linguagem. Assim, a arte se legitima como extensão do eu. A experiência de ser artista dói especialmente para os que acreditam que arte é missão. O conceito é a formulação de uma ideia, uma concepção, uma sentença, investigando soluções através de experiências individuais e coletivas. Uma contramarca que autentica outra.

O artista é a matriz de seu trabalho. Os resultados das criações dos artistas quase sempre escapam das intenções iniciais. Estamos imersos no inusitado, que, em acerto, transcende em arte. No erro, uma caricatura. A vigilância deve ser eficaz. A arte é um jogo, pode-se ganhar ou perder. Ela é a busca e o produto final na vida de um criador.