Tenda eletrônica é opção para curtir ou 'poupar o joelho' no Carnaval

Quem se apresenta nesta sexta-feira (01) são os DJ's Rafa Matei e Liu

  • Foto do(a) author(a) Vinicius Nascimento
  • Vinicius Nascimento

Publicado em 1 de março de 2019 às 08:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: Vinícius Nascimento/CORREIO
. por Vinícius Nascimento/CORREIO

Eis que bem ali, no meio de uma e outra concentração de blocos um ritmo “estranho” começa a tocar de um painel de som que faria inveja a muitos paredões Bahia afora. Apesar do estilo da música não ter muito a ver com os axés, pagodes e sertanejos, a animação não ficou devendo em absolutamente nada aos foliões mais tradicionais. O lugar era o Farol da Barra, a festa era a Tenda Eletrônica - um dos espaços alternativos do Carnaval, que abriu seus trabalhos na noite de quinta-feira (01).

Quem comandou a noite foram os DJ’s Bhaskar e Rafael Diefendaler. Quando a festa começou de verdade já era quase sexta-feira, oficialmente. Uma formalidade que pouco importava para foliãs como Ingrid Perdigão, 23, estudante de química. Ela contou que já faz alguns carnavais que junta um grupo de amigos para curtir a torre e tudo que envolver música eletrônica no carnaval. Quando perguntada se aquele estilo de música tinha a ver com a festa de momo ela foi taxativa: claro que sim e tem que ter.“O carnaval é uma festa pra todo o mundo. Quanto mais ritmos na festa, melhor”, afirmou Ingrid.No mesmo grupo de Ingrid estava o “folião baladeiro” Luan Simões. Ele afirmou que se pudesse iria para uma balada por semana, no mínimo, e que está contando os dias para poder participar do bloco da Sallares, que sai no domingo de carnaval.

[[galeria]]

Um outro entusiasta da música eletrônica no carnaval é Luan Simões. Ele saiu de casa bem cedo hoje para acompanhar o Navio Pirata do Baiana System, que saiu no finalzinho da tarde de quinta-feira. Quase seis horas depois ele ainda estava inteiro para curtir a tenda eletrônica.“Acho que inclusive deveria ter espaço para a música eletrônica durante as festas de pré-carnaval. Furdunço, fuzuê… tudo que rolar tinha que ter um espaço porque tem público. Nós que acompanhamos a cena sabemos que toda festa é cheia de gente”, defendeu Luan. Luan gosta tanto de música eletrônica que defende que o estilo seja contemplado nas festas de pré-carnaval (Foto: Vinícius Nascimento/CORREIO) Tem gente animada, mas outros que nem estavam tão encantados assim pela Torre. Na verdade, ficaram ali pertinho do Farol da Barra por conveniência e uma certa redução do esforço físico, digamos assim. Foi o caso do estudante Ícaro Ximenes, de 28 anos, que se definiu como “uma pessoa velha demais para ficar atrás de bloco”. Então ele aproveitou uma certa afinidade com a música eletrônica e ficou por ali mesmo. Quem lhe fazia companhia era a publicitária Carla Santos, 28, que concordou com a ideia em número, gênero e grau.

O mais engraçado é que pelo look futurista, com um óculos de lente única ao melhor estilo Daft Punk, quem passava pelos dois tranquilamente afirmaria que eles se prepararam por meses para estar ali. “É bom porque eu acabo vendo de tudo e não me perco. Quem quiser me achar é só vir aqui porque daqui não saio”, contou aos risos. Ícaro e Carla viram na Torre Eletrônica uma oportunidade de poupar os joelhos no circuito de carnaval. E, claro, de se divertir (Foto: Vinícius Nascimento/CORREIO) Falando em se achar… um outro estudante, André Luiz Pereira, 24, saiu de casa para acompanahr o Bloco dos Mascarados, mas no meio do percurso acabou se perdendo dos amigos. A solução que encontrou foi ir até o Farol da Barra e por lá mesmo ele ficou. Por lá, ele tentava encontrar os amigos enquanto curtia um outro tipo de música.“Acho que [a Torre Eletrônica] é uma iniciativa legal porque há traz mais um público para a rua no carnaval. Desde as pessoas que cansaram de correr atrás dos blocos ate gente como ele que curte música eletrônica. Acha que combina com o carnaval. Toda mistura combina, né?”, contou. Estudante de design de moda, André se perdeu dos amigos e foi parar na Torre Eletrônica (Foto: Vinícius Nascimento/CORREIO) Pelo jeito combina mesmo. Ao que tudo indica, carnaval é isso mesmo. Um monte de mistura coexistindo. Pode ser fazendo a famosa batedeira em um show de pagode, mexendo o corpo de uma forma aletatória ouvindo música eletrônica, saindo do chão ao ritmo do axé e por aí vai. O importante é carnavalizar. 

A Torre Eletrônica do Farol da Barra segue com programação até a segunda-feira de carnaval. Quem se apresenta nesta sexta-feira (01) são os DJ's Rafa Matei e Liu.

*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier