'Tentava buscar resposta de alguém. Aí vi que era Marília', diz bombeiro

1º a entrar no avião, ele explicou como foi o trabalho de resgate

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  • Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2021 às 13:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O soldado Rafael Libardi, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, contou como foi ser o primeiro a entrar no avião que caiu em Piedade de Caratinga (MG), na sexta (5), matando a cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas. 

Ele relembrou que chegou com esperança de encontrar sobreviventes. "Me aproximei do avião, a porta do avião já estava aberta. Eu chamava, tentava verbalizar, tentava buscar uma resposta de alguém. Aí que eu fui me dar conta que realmente era Marília Mendonça", disse Libardi ao "Fantástico", da TV Globo.

Libardi explicou o procedimento para evitar que a água levasse o avião, colocando os socorristas também em risco. "O primeiro trabalho nosso é garantir a segurança. Garantimos a segurança ancorando a aeronave em árvores do local", disse. "De um dia para o outro a gente perde a vida e tem mais nada para se prosseguir a partir disso", lamentou.

Foi o médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Kleyton Ferreira de Carvalho quem constatou que todos os cinco ocupantes estavam já mortos. 

"A aeronave estava bastante quebrada, havia bastantes destroços na aeronave, a bagagem estava sobre as vítimas. E, prontamente, eu fui em cada um para verificar se tinha sinais vitais, se estariam vivos, né. Depois que eu verifiquei todos os sinais vitais eu reconheci que já estavam em óbitos", diz.

Causas investigadas O avião tinha deixado Goiânia (GO) para seguir até Caratinga (MG), onde Marília faria um show. Estavam no voo o produtor da artista, Henrique Ribeiro, o Bahia; o tio dela, Abicieli Silveira Dias Filho, que era assessor de Marília; o piloto Geraldo Martins de Medeiros e o copiloto Tarcíso Pessoas Viana.

A aeronave atingiu uma linha de distribuição de alta tensão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) antes de cair. A queda aconteceu a ceca de 5 km do aeródromo onde deveria posar. O cabo era um para-raios e não ficava energizado.

Pilotos já tinham relatado que uma antena e uma torre de energia sem iluminação que ficam próximos podiam representar riscos. A Cemig diz que ambos estão fora da zona de proteção do aeródromo.

Ainda não se sabe o que causou a queda. O avião não tinha caixa-preta. Investigadores do Cenipa vão conversar com testemunhas e analisar partes da aeronave para determinar o que aconteceu. Não há prazo para conclusão.