Tia Má nega existência de racismo reverso e diz a Mallu Magalhães: 'Respeite nossa história'

O debate entre as duas começou no palco do programa Encontro, na última sexta-feira (23)

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  • Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2017 às 10:52

- Atualizado há um ano

O recado em forma de reclamação dado por Mallu Magalhães no palco do Encontro com Fátima Bernardes na última sexta-feira (23) ainda rende. A afirmação polêmica que tem repercutido na internet aconteceu no momento em que a cantora foi convidada para cantar Você Não Presta, música do recém-lançado álbum Vem. "Essa é para quem é preconceituoso e acha que branco não pode tocar samba", alfinetou.(Foto: Anderson Barros/ GShow)A fala da cantora se deu após uma longa discussão com a jornalista baiana Maíra Azevedo, a Tia Má, sobre a repercussão negativa que o clipe da música teve por conta do reforço a estereótipos racistas, como o dos corpos negros hipersensualizados e em segundo plano, sem interação com a cantora.Como o comentário de Mallu sobre brancos, preconceito e samba foi feito assim que o intervalo comercial foi chamado, Tia Má não conseguiu responder à cantora e o debate foi encerrado. No entanto, neste sábado (24), a jornalista baiana escreveu um texto no Instagram comentando o ocorrido. "Quem me acompanha sabe que eu discordo...é uma roupagem do RACISMO REVERSO. Ela demonstrou incômodo de ter a sua obra questionada e quis se colocar também no lugar de vítima. Mallu é uma Jovem, branca, rica e que tem uma série de vantagens na vida. Para pessoas como ela, ser questionada é uma afronta", escreveu Tia Má.(Foto: Reprodução)Ainda segundo Maíra, a ideia não era transformar o programa em uma "batalha" e como o comercial havia sido chamado ela não retomou a discussão para não ser classificada como a "preta raivosa"."Não iria transformar o palco do programa em uma batalha... Sabia que a internet daria conta. Ali, eu seria a 'preta raivosa que não compreende as dores de uma artista'. Esse papo de que branco não pode cantar samba....rsrs...A gente até rir....os principais ritmos brasileiros foram criados por pessoas negras, em espaços negros e quando se tornaram populares ganhou roupagens e intérpretes brancos".

Tia Má pediu ainda que Mallu Magalhães respeitasse sua "dor e história". "Branco aqui faz o que quer e sempre foi assim. A única coisa que branco não pode ser é racista, pois isso é crime! Nós, negros, vemos a nossa história e contribuição sendo apagada cotidianamente e mesmo assim...tentam transformar, aqueles e aquelas,que são barrados no baile por terem a pele da cor da noite, em algozes! Malu, cante o que vc quiser, mas na moral respeite a nossa dor e a nossa história."