Tiganá Santana apresenta músicas de Vida-código, álbum que lança em setembro

Show acontece neste sábado (15), às 21h, no Teatro Sesc Casa do Comércio

Publicado em 14 de junho de 2019 às 06:20

- Atualizado há um ano

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Falta pouco menos de três meses para Tiganá Santana lançar Vida-código, seu quarto álbum de estúdio que chega às plataformas digitais em setembro. Uma prévia do que o músico soteropolitano tem preparado, no entanto, poderá ser vista amanhã, no show que ele apresenta no Teatro Sesc Casa do Comércio, às 21h.  A decisão de apresentar as canções antes do lançamento oficial do álbum se deu por um motivo simples: "as canções já existem", descomplica Tiganá, que aposta ainda na complementaridade entre o álbum e apresentação ao vivo. Daqui até a finalização do disco, é só escolher as que realmente irão compor o trabalho. "Há de se ter um critério. As canções já foram todas gravadas. O álbum sairá em setembro por razão de cronograma, mas até o fim do mês a gente lança duas canções", comenta o músico, que neste novo trabalho retoma a parceria com o percussionista Sebastian Notini, que assina a produção musical do disco ao seu lado. 

Embora Vida-código saia pelo selo sueco Ajabu!, assim como os outros dois últimos discos, o trabalho marca o retorno de Tiganá a Salvador. Morando em São Paulo desde que lançou Maçalê há uma década, essa é a primeira vez que ele produz um álbum integralmente em sua cidade natal. "Depois de mais de dez anos voltei a gravar o disco inteiro em Salvador. Ao mesmo tempo não é voltar, é uma outra coisa", filosofa. 

Dessa vez, ele explora além dos elementos acústicos sons eletrônicos. "Cada obra tem uma narrativa, uma textualidade, que não diz respeito só às palavras escritas, mas às paisagens sonoras, às pessoas envolvidas, onde se grava, o que se diz e o que se quer dizer", conta. Uma importante presença no disco é a da instrumentista Aline Falcão (teclados, acordeom e voz). "Conheço Aline há mais de dez anos, e julguei que poderia ser uma pessoa que pudesse somar muito, no que não me enganei", comenta.

Além dela, acompanham Tiganá Santana (voz e guitarra) no palco os músicos Sebastian Notini (percussão),  Ldson Galter (baixo) e Leonardo Mendes (guitarra e violão de aço), figurando um quinteto que pretende introduzir o público a um universo poético-sonoro e evocar outras realidades, outras possibilidades.

Quando questionado sobre que linha quis seguir em Vida-código, Tiganá pondera: "Ao mesmo tempo que eu acho que vale a pena a pergunta, é arriscado". "Nesse álbum, há um direcionamento para as canções, para as composições literomusicais, que era uma coisa que queria apresentar em algum momento de novo. Apareceu em Maçalê de uma forma, e agora aparece de outra forma. Então, é uma leitura sobre os códigos que a vida tem apresentado. Os sentimentos todos que vêm. Uma hermenêutica da vida, por meio de textos escritos, de uma outra sonoridade. Tudo isso compõe essa interpretação de uma outra etapa da vida. As canções falam das experiências humanas as mais diversas, desde as afetivas, até uma incursão em outros contornos líricos", explica.

Dez faixas devem compor o trabalho, sendo a maioria de canções em língua portuguesa, uma canção em espanhol, uma canção em kikongo e uma canção bilíngue (português-francês). No repertório, três composições escritas para melodias de Alzira E e Leonardo Mendes e a regravação de Do Fundo, faixa presente em seu primeiro álbum, Maçalê (2010). 

"Desde Tempo e Magma, há quatro anos, resolvi que sempre que o trabalho solicitasse regravaria canções que foram apresentadas nos álbuns anteriores. Inclusive para mostrar o fio de uma obra apresentada, servida, já que as peças não são descartáveis, pelo menos, não as fazemos para que sejam. Há uma outra lógica, pelo menos da minha parte. Passados dez anos, quis apresentar essa canção, ver o que ela teria para dizer com outras vozes envolvidas, em outro contexto, até mesmo histórico, já que muita coisa mudou no mundo nessa década", conta.

Outra pérola do disco é regravação de um tema do bloco Ilê Aiyê, em dueto com a mãe, Arany Santana. "Escolhemos uma música que conheci por minha mãe, e como desde criança participo do Ile Aiyê, na minha infância ouvi muito as canções das décadas de 70, 80. Eu nutro um carinho especial por essa, composta pelo falecido Eron, e quis convidar minha mãe. Gostei de ela ter podido participar", comemora.

Serviço: Sesc Casa do Comércio (Av. Tancredo Neves). Amanhã, às 21h. Ingressos: R$ 60| R$ 30. Vendas: www.ingressorapido.com.br