Tite diz que relações humanas e força mental pesaram na lista

Técnico citou caso de Geromel, do Grêmio

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 14 de maio de 2018 às 15:06

- Atualizado há um ano

. Crédito: Pedro Martins/MowaPress

Não é só bola no pé. Ou na rede. De acordo com o treinador Tite, as relações humanas e internas dos jogadores com a própria comissão e com os companheiros influenciaram na convocação final para a Copa do Mundo da Rússia-2018. Nas entrelinhas, o técnico mostrou que isto foi fundamental na escolha de Pedro Geromel, do Grêmio, como quarto zagueiro do grupo.

"Contou a regularidade de desempenho, mas tem algumas cosias que não são objetivas. São as relações, as mobilizações na hora do jogo e no dia-a-dia a gente percebe isso. O Grêmio vem fazendo um trabalho regular há dois anos e ele tem consistência em alto nível. Nos treinamentos conosco também, e observamos a linguagem corporal dele e sua conduta", explicou Tite sobre o defensor de 32 anos.

O treinador deixou claro que a Copa não é o momento de realizar ajustes técnicos ou mentais nos atletas, apenas de uma preparação e evolução tática do grupo em busca de um desempenho melhor."O peso para a convocação é da análise dos dados e fatos, mas é também da percepção do lado humano, das relações, do feeling da gente. O atleta tem que vir pronto, o momento de preparação é na sua base, nos jogos amistosos, é até eliminatória. Não é em Mundial. Tem que vir um atleta pronto no ponto técnico e mental. O grupo tem essa característica".Logo no início da entrevista coletiva, quando questionado sobre os pontos que contaram na formulação da lista, o treinador citou o pivô Nenê, do Houston Rockets, de quem havia visto uma entrevista. "Nenê fez uma observação sobre atletas de alto nível: a consistência de carreira e no momento, sequência de trabalho e essa sequência dentro da seleção os credenciam a esse momento máximo da Seleção, principalmente, em Copa do Mundo. Em outras perspectivas, a pressão psicológica e a necessidade de saber lidar com isso, os aspectos físicos e mentais são fundamentais nesse momento. É algo que os atletas de alto nível precisam ter".

Preparação Tite detalhou o que espera dos 27 dias de preparação até a estreia na Copa, no dia 17 de junho, contra a Suíça, em Rostov-on-Don. "O primeiro trabalho é de retomar o padrão que ela (a Seleção) teve durante esse tempo todo. É o primeiro estágio. Depois, estrategicamente, a gente vai conseguir trabalhar alguns detalhes, sobre defeitos e virtudes dos adversários. E teremos essa competição leal dos atletas. Os atletas competem, sim! A diferença é competir com lealdade. Teremos também trabalhos específicos, pra ter essa possibilidade de ter um padrão de bolas paradas defensivas e ofensivas e estarmos abertos àquilo que o campo fala". 

O grupo se apresenta no dia 21, na Granja Comary, onde começa os trabalhos. Depois, no dia 27, a delegação parte para a Inglaterra, onde treina até o dia 8 de junho no CT do Tottenham, em Londres. No dia 3, faz o primeiro amistoso na preparação para a Copa, contra a Croácia, em Liverpool. A Seleção chega a Viena no dia 8 de junho e realiza outro jogo, desta vez contra a Áustria, no dia 10. No dia seguinte, viaja para Sochi, já na Rússia, onde fica até dia 15, quando parte para Rostov. No dia 16, faz o treino de reconhecimento da Arena Rostov, palco da estreia contra a Suíça. 

A comissão técnica tem uma preocupação com o estado físico dos atletas, que estão em fim de temporada na Europa. "Fábio (Mahseredjian, preparador físico) acompanhou nas últimas rodadas, conversou com clubes, preparadores. Na chegada na Granja, os atletas vão ser testados de todas formas pra gente saber como eles estão", afirmou Cléber Xavier, auxiliar de Tite.