TJ mantém anulação de júri do Carandiru; PMs podem ser absolvidos

Parecer do massacre tem reviravolta e retoma estágio de um ano e meio atrás

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  • Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2018 às 09:16

- Atualizado há um ano

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O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a decisão de anular os julgamentos do caso conhecido como Massacre do Carandiru e ainda criou uma nova etapa do processo, que abre possibilidade de absolvição dos policiais militares acusados. 

De acordo com informações do site Folha de São Paulo, já não é mais certo se haverá um novo julgamento do caso ou se os PMs não precisarão mais responder pelas mortes ocorridas no complexo do Carandiru, em 2 de outubro de 1992, quando formam mortos 111 presidiários após uma rebelião.

Ao todo, 74 policiais militares haviam sido condenados em cinco diferentes júris, em 2013 e 2014, a penas que variavam entre 48 e 624 anos de prisão. Esses júris foram anulados em setembro de 2016 pelo TJ. 

Esse novo imbróglio sobre o massacre ocorre porque os desembargadores, obrigados pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) a analisar questionamentos do Ministério Público, decidiram anular não só a etapa atual (de embargos de declaração), como determinava o tribunal superior, mas também uma fase anterior do processo (de embargos infringentes). Na prática, a análise do caso voltou à mesma etapa de um ano e seis meses atrás no tribunal. 

Ainda conforme o site, a decisão desta terça-feira desagradou a Promotoria paulista porque, além de atrasar a análise pelo STJ, que ainda pode reverter a anulação dos júris determinada pelo TJ, abre brecha para nova discussão da tese do relator Ivan Sartori, que queria absolver os PMs sem necessidade de novo julgamento mas foi derrotado por 2 a 1.