Tocar com Gal e Marisa Monte influenciou Silva em seu melhor álbum

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  • Hagamenon Brito

Publicado em 4 de junho de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Existem músicos que já estreiam com muita habilidade no que fazem e outros que amadurecem rapidamente. O cantor e compositor capixaba Silva, 29  anos, reconhece, numa boa, que não pertence a nenhum desses dois times. O cantor capixaba Silva lança o ótimo álbum "Brasileiro" e faz show no Teatro Castro Alves, em Salvador, no dia 28 de setembro (Foto/Wilmore Oliveira/Div.) "Enxergo isso sem problemas e gosto do meu caminhar até aqui. Hoje, estou mais eu", afirma ao lançar o seu quinto e ótimo álbum de estúdio, Brasileiro (Slap/Som Livre), cujo título traduz o sentimento de aproximação do artista com a cultura musical do seu país.

Silva, que começou a carreira guiado pelo pop eletrônico internacional, em 2012, agora apresenta um pop mais orgânico e influenciado por ritmos e gêneros brasileiros, incluindo o samba e a bossa nova em canções como Duas da Tarde e Prova dos Nove.

"Você entendeu tudo (risos). Comecei bem  influenciado pelo som gringo e, sem perceber, mais preocupado com aspectos do mercado, com quem vinha tocar no Lollapalooza, onde toquei inclusive, com a nova banda do momento, essas coisas. Eu era muito novo", conta.

E completa: "Hoje, estou mais focado na música mesmo e sei que tenho muito que evoluir. Tem gente que deseja ser muito famoso e acho que já pensei assim. Hoje, quero cada vez mais ser um músico melhor. Me cobro isso".

João, Gal, Marisa e Anitta - Puxado pelo gostoso single A Cor É Rosa, que mescla influências rítmicas da axé music dos anos 90 e das festas folclóricas do Espírito Santo, Brasileiro é o álbum autoral de Silva onde o violão é mais marcante.

"Fiquei enjoado de ver meu trabalho sempre associado aos teclados (risos). Amo tocar piano, mas teclados eletrônicos deixam os timbres datados com o passar do tempo. Nesse álbum os instrumentos estão mais orgânicos, trabalhei com percussão ao invés de samplear sons", afirma.

O maior uso do violão também reconcilia Silva com o mestre baiano João Gilberto, cujos discos ele ouviu muito entre os 12 e 13 anos de idade para, depois, se distanciar na adolescência e na vida adulta.

"Eu fui contaminado pela ideia de que João Gilberto era um som elitizado, de branco, de trilha da novela das 9 da Globo", diz ao lembrar desse seu pecado do passado. Em 2015, Silva integrou a banda de Gal Costa na turnê Ela Disse-Me Assim, na qual a diva da MPB cantava Lupicínio Rodrigues (1914-1974). Um ano depois, ele homenageou Marisa Monte e compôs uma música com ela no álbum Silva Canta Marisa.

"As duas experiências me influenciaram muito. Gal é uma das vozes mais bonitas do mundo e tocar com ela foi um privilégio. Com Marisa foi a mesma coisa. As duas foram generosas e, mesmo eu sendo de outra geração, elas me respeitaram como músico".

O novo single de Gal, aliás, é uma música de Silva com letra do poeta carioca Omar Salomão, filho do baiano Wally Salomão (1943-2003):  o neosoul Palavras no Corpo.

Com parcerias de Silva com Ronaldo Bastos, Arnaldo Antunes e com o irmão e habitual colaborador Lucas Silva, Brasileiro é um álbum delicado e com um olhar sutil do artista sobre a sua relação, como músico e cidadão, com o Brasil. 

E tal delicadeza inclui um bonito dueto com Anitta na canção Fica Tudo Bem. A música ganha videoclipe este mês. Eu torço para que essa parceria amplifique o encanto pop de Silva, que se apresenta no Teatro Castro Alves, em Salvador, no dia 28 de setembro, às  21h.

Veja o videoclipe de "A Cor é Rosa"

E o áudio de "Fica Tudo Bem", com Silva e Anitta

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ASTRO DO REGGAETON, J BALVIN EXPANDE OS LIMITES DO GÊNERO Sucesso na América Latina há mais de uma década, o reggaeton alcançou grande sucesso mundial com o colombiano J Balvin, 33 anos, e seu single Mi Gente, em 2017, cujo videoclipe tem 1,8 bilhão de views no YouTube. Balvin faz um tipo de reggaeton mais suave, com toques de dancehall e hip hop e reafirma sua excelência no ritmo com o novo álbum, Vibras (Universal), que inclui o hit Machika, com participações de Anitta e Jeon.

Veja o videoclipe "Ambiente"

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SHAWN MENDES DESPERTA PARA O SEXO, MAS DE MODO COMPORTADO Influenciado por John Mayer e Ed Sheeran, que colaboram com ele no trabalho, o cantor canadense Shawn Mendes, 19 anos, chega ao seu terceiro e homônimo álbum mostrando crescimento musical, mas ainda soando certinho demais em seu pop com pitadas de R&B. Nas letras, Shawn mostra que já despertou para a vida sexual, assim como outros ídolos pop teens fizeram um dia. Falta, porém, ousadia ao garoto, que faz show dia 1º/7 no Villa Mix, em Goiânia.

Veja o videoclipe de "In My Blood"