Tocha Olímpica: Percurso de 13 km terá mais de 20 apresentações em 12 horas de festa

O ponto alto será o encerramento, no Farol, que receberá shows de Jota Quest, Jammil e Thiaguinho, no dia 24

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  • Thais Borges

Publicado em 14 de maio de 2016 às 13:04

- Atualizado há um ano

No Bonfim, a boa nova foi recebida com entusiasmo, um tantinho de surpresa e vontade de passar adiante. “Não estava sabendo. Mas que legal! Vou divulgar para todo mundo”, disse a autônoma Ada Chaves, 55 anos. “Tenho grupo no Whatsapp da Ladeira (do Bonfim), do trabalho... Vou avisar a todos assim que chegar em casa”, contou a funcionária pública Andréia Valançuelo, 47. A vendedora Denise Márcia, 39, já se preocupa até com o visual no dia. “Vou trocar de blusa, para ficar bem na fita”, revelou ela, que trabalha com uniforme de uma loja de rações e está pensando nas  câmeras que vão aparecer por ali. Elas se referiam à passagem da Tocha Olímpica pelo Bonfim, no próximo dia 24. ‘Sendo a cidade da arte, precisa aproveitar esse momento’, afirmou Neto, durante anúncio de programação(Foto: Valter Pontes/ Agecom)Ontem, o bairro da Cidade Baixa, onde as três moram, foi anunciado como um dos locais por onde a chama vai passar. Todo o roteiro do revezamento da tocha na capital foi divulgado pelo prefeito ACM Neto, em entrevista coletiva no Palácio Tomé de Souza. Ao todo, serão 35 km percorridos, com a participação de 153 condutores.No período de 12 horas da passagem da chama haverá ainda mais de 20 atrações artísticas e culturais. No Bonfim, por exemplo, a chama subirá a Colina Sagrada e será recebida, na Igreja do Bonfim, por um grupo de baianas e pelo afoxé Filhos de Gandhy. No final do percurso, destaque para os shows do pagodeiro Thiaguinho e das bandas Jota Quest e Jammil (ver  ao lado).CaminhoA rota foi dividida em três trechos: um trajeto de 13 km que vai do Largo do Pelourinho à Colina Sagrada, com início previsto para as 10h30 e duração estimada de duas horas; o segundo trecho, que vai da Av. Paralela (altura de Alphaville) até a Av. Manoel Dias, na Pituba, seguindo pela orla; e, por fim, o percurso de 5 km que vai do Dique do Tororó ao Farol da Barra, onde será acesa a Pira Olímpica, já à noite (ver mapa ao lado).“Nós vamos ter um dia de celebração olímpica e a tocha vai passar pelos pontos mais importantes da cidade. Não poderia ser diferente. Salvador, sendo a cidade da música e da arte, precisa aproveitar esse momento em que toda a atenção do Brasil e do mundo estará voltada para a nossa cidade, exatamente para mostrar um pouco do que temos e o que podemos fazer”, afirmou o prefeito.VisibilidadeA ideia é tentar promover Salvador, já que o mundo estará de olho na gente. Daí veio a ideia de fazer a tocha descer o Elevador Lacerda de rapel e que faça a travessia no Dique usando um barco de remo. Segundo o secretário do Escritório Salvador Cidade Global, Jorge Khoury, os organizadores dos Jogos no Rio trouxeram uma proposta de roteiro para a cidade, que foi adaptada pela equipe da prefeitura.“Procuramos ajustar a rota não só em função de mobilidade, mas de poder ressaltar os monumentos culturais. Por isso, dia 24, qualquer lugar do mundo em que se ligar a televisão para ver algo relacionado à Olimpíada vai ver Salvador. A expectativa é que esses trajetos, ressaltando Mercado Modelo, Pelourinho, Bonfim e Farol da Barra, possam ajudar na atração turística”, diz ele.Para representantes do trade turístico, a tocha realmente deve ajudar na promoção da cidade. “Se for bem divulgada, ajuda. No momento de crise, é preciso aproveitar a oportunidade. Na Olimpíada, Salvador não vai ter o mesmo movimento de turistas que teve na Copa do Mundo, mas, em termos de divulgação, vai ser bem maior, porque são quase todos os países do mundo e não é só para quem gosta de futebol”, observou o presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação, Silvio Pessoa.Para o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) na Bahia, é preciso ir além. “A gente tem que aproveitar a publicidade espontânea, mas, em paralelo, tem que divulgar o destino Salvador e o destino Bahia em outros meios de comunicação”, disse.CondutoresEntre os que vão conduzir a tocha, há atletas como o nadador de maratona aquática Allan do Carmo, ex-atletas como o nadador e medalhista olímpico Edvaldo “Bala” Valério, estudantes, servidores públicos, representantes de organizações sociais e artistas. “A gente procurou fazer uma coisa bem diversificada para que pessoas que não são necessariamente conhecidas também possam carregar a tocha”, disse o prefeito.Uma delas será a estudante Rebeca Conceição, 15. Moradora de Plataforma, ela pratica ginástica rítmica desde os 5 anos. “Minha técnica soube que estava tendo a inscrição e me indicou para a secretaria (de Educação) e para o Comitê no Rio. Fiz a inscrição e fui chamada. Isso é uma coisa que vai ficar marcado pelo resto da vida. Vou ficar famosa. A família toda vai prestigiar, vai ser muita foto”, contou a aluna da Escola Municipal de Plataforma, aos risos.O atleta paralímpico de remo Renê Pereira, 35, que já está classificado para os Jogos Paralímpicos, é quem vai levar a tocha no Dique. “É o local em que dei minhas primeiras remadas e isso só me faz sentir mais feliz. O barco da competição é individual, mas a gente vai usar um barco duplo, que vai ter uma pessoa conduzindo o remo e eu a tocha”, adiantou.Segundo o prefeito, todos os custos do evento serão bancados por um patrocinador oficial, com apoio do governo federal. “Vamos apenas dar o suporte para os serviços públicos para garantir que Salvador, mais uma vez, possa se destacar para o mundo, como fez na Copa”, afirmou ACM Neto.

Shows no Farol da BarraAo longo do percurso da Tocha Olímpica, no dia 24, as cerca de 20 apresentações previstas incluem o grupo Olodum (no Largo do Pelourinho), a banda Didá (na Praça Municipal), um trio nordestino e uma roda de capoeira no Mercado Modelo, a orquestra do maestro Fred Dantas (na Praça Irmã Dulce) e a banda Quabales (no Jardim de Alah). O ponto alto será o encerramento, no Farol, que receberá shows de Jota Quest, Jammil e Thiaguinho. Além do palco, no local será instalada a chamada Praça de Celebração, que abrigará a Pira Olímpica. 

A prefeitura informou ainda que durante a Olimpíada, será montada uma estrutura que deve lembrar a Fan Fest, que reunia atrações musicais, na Barra, e fazia a transmissão das partidas da Copa. Mas, segundo o secretário Jorge Khoury, o formato ainda será definido. Além disso, um calendário de eventos e atrações será preparado para o período da competição, para atrair turistas que vierem ao Brasil.

Além de Salvador, outras 26 cidades baianas vão receber a tocha. “Já está tendo muita mobilização em cada cidade, para cada um aproveitar seu potencial turístico, cultural e mesmo cívico”, afirmou Jorge Wilton, coordenador-executivo do grupo de trabalho da Olimpíada na Bahia.