Torcedor tenta beijar repórter da Globo na Rússia; veja vídeo

Jornalista Júlia Guimarães foi assediada minutos antes de entrar ao vivo

  • D
  • Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2018 às 13:52

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

O assédio contra mulheres parece não ter fim na Copa da Rússia. Neste domingo (24), a repórter Júlia Guimarães, da Rede Globo, foi assediada por um torcedor antes do jogo entre Japão e Senegal, em Ecaterimburgo. O torcedor tentou beijar a repórter minutos antes dela entrar ao vivo no programa Esporte Espetacular. 

"É a segunda vez que isso acontece comigo aqui na Rússia. Eu nunca passei por isso no Brasil, mas que fique bem claro que é por sorte mesmo, porque acontece muito no Brasil, já vimos várias vezes com colegas da imprensa. Estou vivendo isso muito aqui na Rússia, desde olhares agressivos até cantadas em russo, que obviamente eu não entendo, mas sinto", afirmou a jornalista ao Globoesporte.com.

"É a segunda vez que acontece algo físico, de um cara tentar me beijar. Na primeira vez, foi antes do jogo entre Egito e Uruguai, e eu acho que era russo. Agora com certeza era russo. É horrível. Eu me sinto indefesa, vulnerável. Desta vez eu dei uma resposta, mas é triste, as pessoas não entendem. Eu queria entender por que a pessoa acha que tem direito de fazer isso", destacou a repórter. 

Assista ao vídeo do momento do assédio. Depois que é atacada ela repreende, em inglês, a atitude do torcedor :

Machismo brasileiro na Copa 

A atitude de brasileiros na Copa também tem sido motivo de vergonha. Em diferentes vídeos que circulam pelas redes sociais, pelo menos quatro torcedores com a camisa verde e amarela aparecem ao lado de uma estrangeira cantando palavras obscenas sem que a moça os compreenda. Para os pernambucanos, chamou a atenção o fato de que um dos presentes é ex-secretário de Turismo de Ipojuca (PE), o advogado Diego Valença Jatobá. Vídeo com a situação machista viralizou nas redes sociais neste fim de semana (Foto: Reprodução) Nas imagens, Jatobá aparece vestindo a camisa da Seleção com um lenço no pescoço ao lado da mulher enquanto o grupo se filma fazendo referência ao órgão sexual da moça de maneira impublicável. Em um dos locais onde o vídeo foi reproduzido, o perfil do Instagram do aplicativo do Mete A Colher – plataforma de apoio a mulheres e combate à violência – a publicação chegou a ter mais de 400 comentários repudiando o ato.

#DeixaElaTrabalhar Em março, m grupo de jornalistas esportivas de várias partes do Brasil se uniu e deu início a uma campanha contra o machismo. O projeto, batizado de "#DeixaElaTrabalhar", ganhou repercussão nas redes sociais e chamou atenção dos principais clubes do país, incluindo a dupla Ba-Vi, que divulgou o vídeo feito pelas profissionais nas redes sociais. Os perfis oficiais da Confederação Brasileira de Futebol e de Judô também se manifestaram a favor da causa.