Trabalhadores de obras do metrô fazem protesto na Avenida Paralela

Eles reivindicam direitos trabalhistas

Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 10:23

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Leitor CORREIO

Pelo menos 200 operários dos 10 canteiros de obras do metrô de Salvador paralisaram suas atividades na manhã desta quarta-feira (21). Os trabalhadores saíram do canteiro de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana (RMS), em direção ao Centro Administrativo da Bahia (CAB). 

A região está congestionada para quem segue no sentido do Aeroporto para o Centro por conta de uma manifestação dos trabalhadores da obra do metrô de Salvador. Cerca de 200 pessoas participam do protesto. Por volta das 10h40, o grupo estava próximo à região do Shopping Paralela. Grupo segue em direção ao CAB (Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO) Segundo a Transalvador, o grupo saiu da Avenida Caribé, no bairro de São Cristóvão, e segue a pé pela via até o Centro Administrativo da Bahia (CAB). Os trabalhadores estão ocupando uma das faixas da avenida. A manifestação foi organizada pelo Sintepav-BA e reivindica o cumprimento dos itens de segurança e saúde no trabalho, o pagamento dos terceirizados, entre outros problemas.

Os manifestantes, que são acompanhados por uma viatura da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) e pela Polícia Militar, ocupam apenas uma faixa da Avenida Paralela. Conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem (Sintepav), Irailson Gazo, o grupo tenta negociação com. CCR, responsável pela administração do metrô, desde o final de janeiro.

"Nós tentamos desde o dia 23 de janeiro. Mas a CCR não tem o hábito de dialogar conosco. O fato é que nós trabalhamos, muitas vezes, sem condições de tralhas em segurança. Os operários estão concretando passarelas sem proteção. Resolvemos parar, porque do jeito que está não dá mais", explicou ao CORREIO.

De acordo com ele, a CCR tem contrato com 20 terceirizadas que não têm cumprido com as normas impostas no contrato. "São coisas básicas, como segurança, nossa cesta básica (R$ 350), e participação nos lucros e resultados a partir de 300 horas de trabalho", acrescenta. 

Ainda conforme Irailson, pelo menos 1000 operários são subcontratação da CCR para a finalização das obras da linha 2 do metrô, previstas conclusão para junho. "Um dia paralisados, significa que levaremos até dois dias para recuperar o ritmo de serviços. É uma luta dos trabalhadores por seus direitos", concluiu.

A CCR Metrô Bahia informou, em nota,  que respeita o direito à manifestação do sindicato, mas que desconhece a pauta de reivindicações dos trabalhadores terceirizados. "A concessionária foi notificada sobre a paralisação das atividades desta quarta-feira (21), mas não foi oficialmente comunicada sobre os pontos reivindicados para análise e negociação. A concessionária esclarece ainda que preza pelos direitos trabalhistas, cumpre todas as suas responsabilidades relacionadas aos funcionários terceirizados e já está mantendo diálogo com o sindicato da categoria para solucionar a questão", afirmou a empresa.

Processo na Justiça do Trabalho O Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia informou nesta quarta-feira (21) que está preparando ação civil pública contra a CCR Metrô pedindo a adoção de medidas de segurança do trabalho e indenização por danos morais coletivos. A empresa, segundo o MPT,  vem sendo investigada desde 2014, quando um funcionário de nacionalidade coreana morreu enquanto trabalhava. O órgão solicitou informações sobre a morte de outro empregado, ocorrida no domingo de carnaval (11), para incluir na ação. 

A procuradora Flávia Vilas Boas, responsável pelo inquérito, chegou a apresentar uma proposta de termo de ajuste de conduta para a CCR, porém a empresa não aceitou a proposta. “Como a CCR não se dispôs a corrigir sua conduta, decidi ajuizar uma ação na Justiça do Trabalho, mas fomos surpreendidos com outra morte de trabalhador. Agora, vamos incluir essas informações e cobrar judicialmente a adoção de medidas previstas em lei para prevenir acidentes”, declarou, sem informar, no entanto, o valor que o MPT irá pedir como indenização por danos morais coletivos nem também quando será ajuizada a ação.

Em nota, a CCR Metrô informou que, até o momento, não foi notificada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A concessionária esclarece que "está comprometida com todas as normas de saúde e segurança do trabalho".