Tragédia Mar Grande: ação vai pedir que Agerba pague indenização às vítimas

Decisão da defensoria pública não isenta empresa e proprietário

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  • Raquel Saraiva

Publicado em 29 de março de 2018 às 01:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: SSP/BA

A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) será incluída na ação que pede indenização para as vítimas da tragédia de Mar Grande. A informação foi divulgada na quarta-feira (28) pela Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE).  A decisão foi tomada pelo órgão depois que a justiça não encontrou bens no nome do proprietário da CL Transporte Marítimo, Lívio Garcia Galvão Junior. O valor a ser pedido será estabelecido na audiência de conciliação, que ainda não tem data para acontecer, ou determinado pelo juiz. “A questão da fiscalização é fundamental para evitar novos acidentes. A Agerba precisa atentar para as modificações identificadas no relatório da marinha”, disse o defensor público do estado Gil Braga. A Argeba é a responsável por fiscalizar as empresas que realizam a travessia. Na manhã desta quarta-feira (28), representantes da DPE se reuniram com os sobreviventes e familiares das vítimas do naufrágio da lancha Cavalo Marinho I para conversar sobre o andamento do processo. Cerca de 70 pessoas compareceram ao encontro, ocorrido na Biblioteca Central de Mar Grande. A coordenadora executiva das Defensorias Públicas Regionais da DPE/BA, Soraia Ramos, afirmou que a maioria das ações que foram movidas em decorrência da tragédia são ações indenizatórias, de inventário e de guarda. Dentre elas, a maior parte é de indenização por danos morais e imateriais.Vítimas Sobrevivente da tragédia, o analista de tecnologia da informação Edvaldo Sousa Conceição, de 51 anos, diz que, apesar da atuação da defensoria, o judiciário tem demorado em avaliar o caso. “Não tá acontecendo nada porque a defensoria já entrou com pedidos, mas justiça ainda não julgou as ações ou fez qualquer coisa em relação ao acidente”.“Eu queria que a fiscalização realmente funcionasse, e que o quadro responsável pagasse pelos crimes que cometeram”, reclama Edvaldo, que continua pegando o transporte diariamente para ir e voltar do trabalho, em Salvador. “Pra mim a viagem é até normal, mas fico sempre com pensamento nos mortos, que eram conhecidos meus. Não tem jeito, todo dia lembro”, ele afirma. A DPE não informou quantas pessoas serão representadas pela instituição, já que alguns dos sobreviventes e familiares optaram por das prosseguimento às ações por conta própria, através da contratação de advogados particulares.  A  Defensoria Pública da União também deve notificar a Marinha, segundo a DPE. O CORREIO procurou o órgão federal mas não obteve resposta até o fechamento da matéria. Procurada, a Agerba também não respondeu. A lancha Cavalo Marinho I naufragou no dia 24 de agosto, dez minutos depois de sair do terminal de Mar Grande para Salvador, matando 19 pessoas.