Três pessoas são presas em Salvador por grilagem de terras em Camaçari

Cinco policiais militares envolvidos na invasão e derrubada de casas foram denunciados pelo Ministério Público na ocasião

Publicado em 8 de março de 2022 às 11:44

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Reprodução TV Bahia

Três pessoas foram presas na manhã dessa terça-feira (8), em Salvador, denunciadas pelos crimes de furto qualificado, dano qualificado, incêndio e associação criminosa. Conforme a denúncia, os presos teriam participado da invasão, derrubada e incêndio de casas ocorridos na madrugada de 20 de novembro de 2021, na comunidade Sítio Tererê, em Catu de Abrantes, Camaçari. As prisões ocorreram dentro das ações da “Operação Cricket”, realizada pelo Ministério Público estadual, por meio do Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Os mandados de prisão foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Camaçari, após os alvos da operação terem sido   

De acordo com as investigações, a ação, típica de grilagem, teria sido realizada pelos denunciados presos na operação, com o apoio de cinco policiais militares, que já estão presos preventivamente desde dezembro, com base em denúncia do Gaeco. Os presos teriam recrutado homens e providenciado veículos, uma retroescavadeira e ferramentas para realização da invasão, esbulho – expulsão da propriedade através de grave ameaça - e destruição de casas existentes em um terreno onde residiam cerca de 30 famílias.

A operação foi batizada com a palavra inglesa “crickets” , que significa grilo, fazendo a alusão à prática de grilagem de terras. A “Operação Crickets” contou com o apoio operacional da Coordenação de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil da Bahia e da Assessoria Executiva de Operações de Polícia Judiciária do Gabinete da delegada-geral. 

Relembre o caso Cinco policiais militares envolvidos na invasão e derrubada de casas na comunidade conhecida como ‘Sítio do Tererê’ foram denunciados pelo Ministério Público. Segundo as investigações, os policiais teriam liderado, coordenado e participado da execução da ação ocorrida no dia 20 de novembro. Eles foram denunciados pelos crimes de furto qualificado, dano qualificado, incêndio e associação criminosa.

Na denúncia, o Gaeco relata que os policiais foram os responsáveis pela intimidação dos moradores e garantia do sucesso da empreitada ilícita com o uso de armas de fogo, além de serem responsáveis pela realização do pagamento dos valores combinados com os indivíduos contratados para a invasão e desocupação do terreno. As investigações indicam que os policiais teriam recrutado homens e providenciado veículos, uma retroescavadeira e ferramentas para invadir e destruir casas existentes em um terreno onde residiam cerca de 30 famílias, sendo também responsáveis pelo pagamento da quantia de R$ 200 para cada contratado. Foram recrutados um total de 17 homens para a ação criminosa.

Os envolvidos na ação criminosa teriam se encontrado por volta de meia noite do dia 20 na Avenida Paralela, em Salvador, de onde saíram em direção ao Sítio Tererê. As investigações apontam que, ao chegarem no local, eles iniciaram a ação criminosa, sendo que, utilizando uma máquina retroescavadeira, foices, picaretas, marretas, martelos, enxadas e facões, passaram a demolir casas e barracos, além de danificar móveis, objetos e utensílios domésticos de propriedade dos moradores. Em seguida, atearam fogo nas casas, nos barracos e em bens materiais das vítimas.

Os moradores estavam dormindo e acordaram assustados com o barulho da máquina retroescavadeira e dos gritos dos invasores, que faziam ameaças, como: “sai, sai, vou matar”. “Os moradores do ‘Sítio Tererê’, aterrorizados com a ação dos invasores, fugiram de suas residências e se esconderam no mato, de onde continuaram assistindo, sem nada puderem fazer a destruição de suas casas e de seus pertences”, narra a denúncia do Gaeco.

Os denunciados foram autuados em flagrante por guarnição da Polícia Militar acionada por integrantes da comunidade no dia da ação criminosa. Segundo a denúncia, eles se encontravam à paisana e não estavam de serviço no momento dos fatos.