Tribalistas começam turnê nacional por Salvador, neste sábado (28)

"Simbolicamente, é importante começar a turnê em Salvador", diz Arnaldo Antunes, observado que o grupo começou na capital baiana

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  • Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Daniel Mattar/Divulgação

Eles apareceram sem fazer alarde algum em 2002, numa madrugada de domingo para segunda na Globo, com a exibição do DVD que lançariam dias depois. Pouco falaram com a imprensa e nunca fizeram sequer um show “oficial” no Brasil.

Mesmo com discrição (ou, talvez, exatamente por causa dessa discrição), transformaram-se num dos últimos fenômenos de vendas da indústria fonográfica brasileira, com mais de três milhões de CDs vendidos no mundo.

Agora, quase 16 anos depois de aparecerem pela primeira vez e com o lançamento de um segundo álbum no ano passado, os Tribalistas farão sua primeira turnê. 

E Salvador deu a sorte de ser a primeira anfitriã de Carlinhos Brown, Marisa Monte e Arnaldo Antunes, que se apresentam amanhã na Fonte Nova. “Não foi exatamente uma escolha nossa começar por Salvador, mas uma escolha da produção, por uma questão logística. Mas, simbolicamente, é importante começar a turnê em Salvador”, comemora Arnaldo. Daqui, seguem para o Rio de Janeiro e, depois, mais sete capitais brasileiras. 

Salvador tem significado especial para o trio, afinal foi aqui que o projeto teve início. Na época, Arnaldo estava gravando seu sexto álbum solo, Paradeiro, com produção de Brown. Marisa foi convidada para participar da faixa-título do disco. 

Encantada com a Bahia, a cantora decidiu ficar mais uns dias por aqui e, após uns despretensiosos encontros entre os três artistas, surgiram quase vinte músicas. “Entre nós, só o Brown é baiano, mas o grupo nasceu na Bahia”, diz Marisa, que é carioca. O paulista Arnaldo ressalta que a Bahia é inspiradora: “Para compor, sempre nos encontramos em Salvador. Fizemos isso também para o segundo disco”.

Hoje, eles têm 56 composições conjuntas gravadas. Umas em carreira solo, outras pelos Tribalistas e algumas por outros cantores. E, numa conta rápida, eles dizem que devem ter prontas mais umas 150 canções ainda inéditas. “Às vezes, aparece uma melodia linda e ligo pra eles de madrugada. Uma música pode ficar pronta em dez minutos. A gente acha que faz a música, mas é ela que se faz”, diz Marisa. 

 a demora Mas por que demoraram tanto para fazerem shows, mesmo com tanto sucesso, com um repertório tão vasto e com tantos pedidos do público? “O desejo de fazer show sempre houve, mas às vezes as circunstâncias falam mais alto. Nós somos artistas independentes e nossas carreiras individuais demandam muito. Além disso, naquela época eu tinha acabado de ter neném”, justifica Marisa. 

Mas a cantora diz que a longa espera vai valer a pena: “Estamos preparando o show há meses e trabalhamos muito o aspecto visual. Temos uma equipe bem maior que a do disco. Nos dedicamos muito à pré-produção, à cenografia...”.

As poucas aparições em público, a inexistência de shows (ao menos até aqui) e as raras entrevistas podem ser interpretadas por uns (incluindo este repórter) como aquele caso clássico em que o antimarketing funciona como um ótimo marketing. Mas eles garantem que não é o caso: “Tudo nosso é muito espontâneo, sem planejamento”, assegura Arnaldo. 

Marisa é enfática ao renegar o rótulo “cult” da banda, sugerido pelo repórter: “Não, não somos cult! O cult é elitista”. Brown prefere filosofar: “Somos tribalistas; não somos anarquistas. Somos populares na ação e cada um escolhe como se manifestar. A coesão é associada ao fato de servir música. Não há planejamento e é tudo orgânico, como os instrumentos que levamos para o palco”. 

Serviço

Arena Fonte Nova. Amanhã, às 21h (abertura às 17h). Ingresso: R$ 220 | R$ 110 (frontstage); R$ 240 | R$ 120 (cadeira central numerada); R$ 180 | R$ 90 (cadeira lateral); R$ 120 | R$ 60 (cadeira segundo piso)