Trilhas: Capital, meu capitão

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  • Aninha Franco

Publicado em 15 de julho de 2017 às 03:45

- Atualizado há um ano

A citação seria “Capitão, meu Capitão”, verso do poema Lembranças do Presidente Lincoln das Folhas de Relva de Walt Whitman (USA, 1819 a1892), popularizado no filme A Sociedade dos Poetas Mortos, que não posso repetir no Brasil porque não há um só Lincoln para elevação da pátria. Há o Capital, Capitão da Sociedade dos Políticos em Pânico, de Temer que, como Vlad, o Empalador – citação de Michele Prado –, tem levado a República aos trancos e barrancos. De Lula, o mito iletrado que iniciou carreira política no ABC e nunca entendeu que o ABC político é não misturar o público com o privado. De Bolsonaro que me remete à truculência. Ou de qualquer outro numa lacuna contemporânea que ameaça a estrada do Brasil para qualquer lugar. Agora, temos uma pinguela, definiu FFHHCC que nos impôs a pinguela da reeleição. Sem ela, talvez a Democracia estivesse mais sólida e nós não tivéssemos sido obrigados a suportar Dilma/Temer. E na pinguela que nós temos todos os políticos se parecem – melhores ou piores – com a deputada Luciana Santos, do PCdoB de Pernambuco, que eu assisti na sessão Tira Temer da CCJ citando Karl Marx como se estivesse falando de uma divindade de Marte. A ignorância da marxista Luciana sobre Marx era sólida de cortar com canivete. O que esses políticos podem fazer por nós? Acredito que nada. A essa altura, nenhuma política deles nos salvará da desumanização a que chegamos, desse estado de barbárie, dessa síndrome do coração partido e dos neurônios arrepiados. Milhares de habitantes do RJ estão tomados pelo transtorno do estresse pós-traumático, crianças, adultos, homens, mulheres em estado de hipervigilância, insegurança, insônia, irritabilidade e comportamento autodestrutivo porque podem morrer de Brasil a qualquer momento, de uma bala que não era sua, que já não tem destinatários certos, ou de tristeza porque seu salário mensal foi utilizado para comprar roupas milionárias da ex-primeira dama do estado. Mas agora nós sabemos que esses políticos foram quase todos eleitos pelo Capital para construir estádios de futebol colossais e inúteis, e que ele pode, também, trocar a rota das pinguelas enlameadas por estradas limpas. Se o Capital elege pra mandar, que mande bem em seu próprio benefício e em beneficio do país. Porque as instituições foram esfaceladas com a última aventura do Capital com os Poderes Executivo&Legislativo do Brasil, muito mais do que nos Anões do Orçamento (1993) e no Mensalão (2005). Nessa aventura, o Capital sofreu como nunca antes na sua história, desde 1549. É a hora dele, sofrido, reverter o caminho das pinguelas. Ele pode e ele sabe. Será bom para ele, para todos e para mim, também, que gostaria de deixar meus livros e gatos para um Brasil menos desesperador. Trilhas Trilhadas: Em Junho de 2014, desisti de escrever as Trilhas para a Revista Muito (A Tarde), porque quando denunciei o promotor Almiro Sena, locado na Secretaria de Justiça de Nelson Pellegrino, de assédio a mulheres, recebi um aviso de editores do jornal de que precisava baixar o tom das críticas. Lembrei que não era radiola pra baixar o tom, caí fora, e vim com as Trilhas para o Correio, convidada por Linda Bezerra.  O promotor Almiro Sena foi preso na sexta-feira por assédio a mulheres, três anos e centenas de trilhas depois.