Trump não descarta conflito com a Coreia do Norte, mas espera saída diplomática

"Existe uma chance de que acabemos tendo um grande, grande conflito com a Coreia do Norte", disse Trump em entrevista nesta sexta (28)

Publicado em 28 de abril de 2017 às 13:00

- Atualizado há um ano

"Existe uma chance de que acabemos tendo um grande, grande conflito com a Coreia do Norte". A declaração do presidente Donald Trump é o destaque de uma entrevista exclusiva veiculada nesta sexta-feira (28) pela "Agência Reuters". Trump falou do acirramento da tensão na região, mas afirmou preferir a saída diplomática.

Adoraríamos solucionar as coisas diplomaticamente, mas é muito difícil", frizou. A entrevista foi destaque nesta sexta na imprensa americana, à vespera de Trump atingir, neste sábado (29), a marca dos 100 dias no comando da Casa Branca. Com a Coreia do Norte, ele enfrenta seu maior desafio até o momento.

O país intensificou exercícios militares na área, e estuda sanções econômicas para a Coreia do Norte, além de aproximação para uma saída diplomática. Hoje haverá uma reunião extraordinária no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema. Nas semanas anteriores Donald Trump mandou mensagens mais duras, inclusive com a visita do vice-presidente Mike Pence ao Japão e a Coreia do Sul.

Anteriormente, Donald Trump vinha dando declarações ameaçadoras direcionadas ao líder Kim Jong-Un. O vice-presidente disse que a negociação estava descartada, pelo menos por enquanto. Na entrevista Donald Trump, inverteu o discurso ao dizer que o conflito não está descartado, mas que espera uma saída diplomática.

Uma possível abertura ao diálogo já havia sido indicada pelo governo chinês. Ontem o Ministério das Relações Exteriores da China parabenizou os Estados Unidos pela mudança de postura. Para o governo chinês, Trump está, neste momento, mais aberto ao diálogo.

Os Estados Unidos haviam pedido ajuda à China para pressionarem o líder Kim Jong-Un a abandonar os testes nucleares. Durante a visita do presidente chinês Xi-Jinping aos Estados Unidos no começo deste mês, Donald Trump insistiu no tema.

A China pediu cautela e naquele momento disse que a falta de diálogo só acirraria o quadro. Antes da visita do presidente chinês, Trump havia feito críticas também ao governo chinês dizendo que esperava mais dedicação.

Na entrevista à "Reuters", ele afirmou ter visto empenho da parte do presidente chinês. "Acredito que ele está se esforçando muito. Sei que ele gostaria de ser capaz de fazer algo."

A China mandou um recado mais duro na quinta à Coreia do Norte e disse que poderia definir algum tipo de sanção ao país, caso fosse feito um novo teste de míssil nuclear. Trump reconhece que a China está em comunicação constante com Pyongyang e que o governo chinês já havia solicitado a interrupção dos testes nucleares.

Na entrevista, Trump disse que não pode opinar sobre o perfil do líder norte-coreano. "Não sei dizer se ele é racional, mas eu espero que ele seja", afirmou ao ser perguntado sobre a personalidade de Kim Jong-Un. "Ele tem 27 anos, seu pai morreu, e ele assumiu um regime", disse. "Então diga o que você quer, mas isto não é fácil, especialmente nesta idade," ponderou.

Kim Jon-Un tem respondido com envio de mensagens agressivas à Washington, como vídeos que simulam o lançamento de bombas em território norte-americano e a destruição do país. A preocupação dos Estados Unidos e aliados com a Coreia do Norte é proporcional à capacidade nuclear do país.

O Pentágono e agentes infiltrados na região acreditam que os norte-coreanos estão avançando na produção de mísseis nucleares.