Tudo o que aconteceu na gravação do final de Segundo Sol em Salvador

Filmagem contou com 400 figurantes, além de centenas de fãs e elenco; Emilio Dantas, Chay Suede e Giovanna Antonelli foram ovacionados

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  • Naiana Ribeiro

Publicado em 6 de novembro de 2018 às 21:39

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr./CORREIO
. por Betto Jr./CORREIO

“Toda vez que eu aparecer, vocês fingem que faz 20 anos que a gente não se vê, tá?”. Foi com essa frase que o ator Emilio Dantas, que interpreta o cantor Beto Falcão na novela das 21h da Globo, Segundo Sol, cumprimentou os cerca de 400 figurantes e centenas de fãs que se concentraram desde cedo no Largo do Farol da Barra, em Salvador.

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Ele foi apenas um dos atores que vieram para a capital baiana, nesta terça-feira (6), para gravar as cenas finais do folhetim, que se passa na Bahia. Arlete Sales (Naná), José de Abreu (Dodô), Armando Babaioff (Ionan), Giovanna Antonelli (Luzia), Fabíula Nascimento (Cacau), Fabrício Boliveira (Roberval), Chay Suede (Ícaro), Luisa Arraes (Manu), Danilo Mesquita (Valentim), Dan Ferreira (Acácio), Roberta Rodrigues (Doralice), Letícia Colin (Rosa) e Juliana Nalu (Marina) também vieram para a filmagem na terra do dendê. O clima era de Carnaval.

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O elenco chegou no final da manhã e deu o que falar nas redes sociais com cliques no Fera Palace Hotel, no Centro Histórico, onde se reuniram antes da gravação do capítulo final na Barra, que será exibido sexta-feira (9). Elenco no Fera Palace Hotel (Foto: Reprodução/Instagram) “Vim assim que vi eles postando que tinham chegado”, contou a estudante de teatro Thamires Menezes, 22 anos, que levou a amiga, a cantora Lari Lima, 18, para tentar espiar os últimos momentos de Segundo Sol.  Thamires Menezes e Lari Lima chegaram cedo no Farol da Barra (Foto: Betto Jr./CORREIO) O estudante João Victor Sales, 18, também estava grudado em uma das barreiras montadas pela equipe da Globo – que trouxe cerca de 80 profissionais do Rio de Janeiro e contratou mais 30 pessoas locais. “O que mais gostei foi o fato de ter passado aqui e ter mostrado um pouco da nossa cultura. Vou sentir saudades”, disse ele, que ficou mais de quatro horas em pé para conseguir chegar perto da ídola, a atriz Letícia Colin. “Ela foi a que mais conseguiu internalizar a personalidade baiana”, comentou.  João Victor Sales e a amiga Emilly Schleir, 20 esperaram para entrar no Largo (Foto: Betto Jr./CORREIO) Entre um take e outro da música Axé Pelô, que foi repetida dezenas de vezes em diversos planos – teve até drone - os atores aproveitaram para agradecer ao público local, que os ovacionou, dentro e fora da cena. Em tom descontraído, Emilio Dantas cantou algumas vezes Sal na Pele, hit do personagem. O ator realmente parecia um astro do axé. Emilio Dantos, que vestiu a marca baiana Meninos Rei, parecia realmente um astro do axé (Foto: Betto Jr./CORREIO) Outro que arrancou gritos eufóricos, sobretudo do público feminino, foi Chay Suede. “Obrigada, Bahia”, gritou o ator. Em um dos intervalos, ele até tentou convencer de que a novela lhe presenteou com uma certa malemolência baiana: cantou um trecho da música Elas gostam (Popa da Bunda) e fez os figurantes coreografarem o hit de Àttøøxxá e Psirico.

Mesmo embaixo de sol quente, o público não foi embora. Quem esteve por lá viu um verdadeiro Carnaval fora de época. Após a gravação, Emilio, Chay e Dan Ferreira cantaram ainda Baianidade Nagô, de Evandro Rodrigues; e Lucro (Descomprimindo), de Baiana System.

“Realizei dois sonhos em um mesmo dia. O de tocar e cantar em cima de um trio, na minha terra, e o de terminar a novela com a sensação de dever cumprido”, destacou o ator baiano Danilo Mesquita, 26, que vive Valentim na trama. Na vida real, o baiano Danilo Mesquita faz parte da banda Beraderos: ator quer trazer projeto para Salvador em breve (Foto: Betto Jr./CORREIO) Já a atriz Letícia Colin, que interpreta Rosa, contou que estava de coração apertado com o fim da trama. A atriz disse que vai levar para si um pouco da honestidade e da transparência dos baianos. "Foi uma grande honra. Estou de coração apertado. Vai ser difícil ficar sem a Rosa e sem o sotaque de vocês. Agora nem sei mais falar com o meu de paulista, né papai? Muita resenha", brincou. (Foto: Betto Jr./CORREIO) Destacou ainda a emoção de concluir o trabalho aqui: "A gente passou por uma jornada incrível e é muito emocionante sentir esse axé todo. Tem coisas que eu não quero me libertar. Quero ficar". Letícia revelou que estava com o coração apertado (Foto: Betto Jr./CORREIO) Após sua personagem ter passado por uma história dramática na trama, Giovanna Antonelli finalmente pôde se tranquilizar e distribuiu sorrisos por onde passou.

“Não poderíamos fechar a novela em outro lugar, senão aqui, onde começamos. Missão cumprida com amor e gratidão”, disse a protagonista de Segundo Sol. Giovanna: Cansada, mas com a sensação de dever cumprido (Foto: Betto Jr./CORREIO) Emílio Dantas também não tirou o sorriso do rosto. “O que a gente mais leva é a vontade desse grupo de chegar na raiz da gente. Estou levando isso para minha vida inteira, do fundo do meu coração. A gente procurou muito se aprofundar nessa cultura, nos regionalismos, no baianês. Mostramos um pouco a energia da cidade”, completou o ator, apontando para o público que gritava o nome do seu personagem mesmo após o término das filmagens.  (Foto: Betto Jr./CORREIO) Chay Suede, que fez sucesso vivendo Ícaro, declarou seu amor pelos baianos. “Conheço vários, convivo com eles e venho muito à Bahia. Já era um universo próximo a mim e eu só tive que começar a pensar mais a respeito da fala, como uma ferramenta para encontrar o personagem. As gírias e o jeito de falar me ajudaram muito”, contou ao CORREIO. Ao se aproximar ainda mais desse universo, ele diz que vai levar um pouco da alegria dos cidadãos locais e a maneira diferente de lidar com os problemas para o seu dia a dia.  (Foto: Betto Jr./CORREIO) Assista ao recado de Chay Suede:

Ao CORREIO, Mariade Médicis, diretora geral da novela, falou que foi uma experiência incrível voltar para a cidade após 20 anos - ela veio com Brasil Legal (1997) e voltou três meses antes do início de Segundo Sol: "Para mim foi uma alegria encontrar a Bahia, o axé dos baianos e estar nessa cidade deslumbrante, acolhedora e generosa que é Salvador. A nossa vontade sempre foi mostrar uma Bahia cosmopolita e uma Salvador que não fosse aquela coisa caricata do passado. Por isso, trabalhamos mesmo o sotaque, com as gírias, o tempo inteiro".