Tudo o que aconteceu no terceiro dia de Flipelô

Festa teve homenagem a João Ubaldo Ribeiro, encontros e mais

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  • Ana Pereira

Publicado em 10 de agosto de 2018 às 21:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: Almiro Lopes/CORREIO

Durante todo o dia uma turma animada invadiu o Pelourinho nesta sexta-feira (10). Tudo bem que, em parte das atrações, o público era de alunos de escolas – públicas e particulares – nem sempre muito concentrados na programação. Mas algumas atividades lotaram. Foi o caso da apresentação de Moraes Moreira, que encerrou o terceiro dia de Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), no Largo do Pelourinho. 

Moraes Moreira tocando Jorge Amado ❤ #flipelo #salvador

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Um pouco antes, o Centro Histórico de Salvador foi palco de um encontro pra lá de especial. A roda de conversa que saudou o escritor João Ubaldo Ribeiro, homenageado desta segunda edição de Flipelô, no Museu Eugênio Teixeira Leal, contou com os poetas, escritores e jornalistas Ruy Espinheira Filho e Florisvaldo Mattos. Sesc-Senac Pelourinho  concentra as principais mesas da Flipelô (Divulgação/Flipelô) Na ocasião, eles compartilharam suas memórias e falaram com imenso carinho do velho amigo e das aventuras que viveram ao lado dele, que definiram como "um boêmio inveterado e de humor escrachado". O público garganhou com trechos das cartas que Ubaldo enviou para Ruy na época que estava fora da Bahia. Ruy e Florisvaldo também lembraram episódios marcantes da cena cultural de Salvador, ao lado de amigos como Glauber Rocha, Walter da Silveira, Calazans Neto e Mário Cravo Júnior. Foi como se, ali, os amigos estivessem em uma mesa de bar, reunindo as memórias perdidas. Viva João Ubaldo: Ruy Espinheira, Antônia Herrera e Florisvaldo Mattos (Divulgação/Flipelô) Em outra mesa de bar - ou melhor, na Casa das Editoras Baianas - aconteceu outro encontro: as escritoras Mabel Velloso, Dadá e Paloma Amado falaram sobre literatura e gastronomia baiana no encontro Comendo Palavras. As três, além de saberem apreciar e fazer uma comida baiana digna dos deuses, têm uma ligação muito forte com o tema. Paloma, Dadá e Mabel estarão em um encontro delicioso (Foto: Arquivo CORREIO) A apresentação teatral Carolina Maria de Jesus – Diário de Bitita, no Museu Eugênio Teixeira Leal - que ganha repeteco neste sábado (11), às 11h, no mesmo local - também foi um sucesso. No trabalho, a atriz carioca Andréia Ribeiro dá vida à escritora mineira, a partir de seus livros Quarto de Despejo e Diário de Bitita. Vale chegar cedo para conferir. Espaço infantil no Terreiro de Jesus tem programação o dia inteiro (Foto: Ana Cristina Pereira/CORREIO) No Sesc-Senac Pelourinho (foto), que está concentrando as principais mesas de debate e várias atividades da Flipelô, o movimento foi intenso o dia inteiro. Seja para aprender a cozinhar e degustar delícias da culinária baiana, para conferir as palestras ou para comprar livros e pegar autógrafos do autor favorito.

A fila para a sessão de autógrafos com os escritores Raphael Montes e Marcelino Freire, após a mesa Que Tiro Foi Esse? Vida e Morte da Cânone Literário, descia a escadaria do espaço rumo à área externa. Raphael Montes e Marcelino Freire (Foto: Reprodução/Instagram) No bate-papo, que lotou o teatro, Raphael e Marcelino falaram sobre novas vozes da literatura e novos modelos narrativos. Autor de livros como Contos Negreiros, Amar é Crime e Nossos Ossos, o pernambucano Marcelino disse que “gosta sobretudo de avessos” e que quer, através das histórias de seus personagens sempre à margem, “ter a sensibilidade de escutar as muitas vozes à sua volta”.

Já o carioca Raphael, autor de Suícidios e Dias Perfeitos, disse que não escreve pensando em polêmicas. “O que me atrai para a literatura é o medo e o desconhecido”, disse ele, que tem sido apontado como o mais importante romancista policial da nova geração. Raphael também é roteirista de TV e cinema.