Um ano após morte de Marielle, PF apura se milícia tem infiltrados em delegacia do caso

Assassinatos completam 1 ano nesta quinta-feira (14)

Publicado em 14 de março de 2019 às 09:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Os assassinatos da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes completam 1 ano nesta quinta-feira (14). Com a investigação incompleta, a Polícia Federal investiga se grupos de milícias têm infiltrados na Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, que investiga o caso.

De acordo com o Uol, a PF suspeita que o grupo conhecido como "Escritório do Crime" tenha infiltrados na DH, como foi contado por dois delatores ouvidos pela Procuradoria Geral da República (PGR). O ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, disse que integrantes do grupo pagavam uma mesada a alguns policiais da delegacia para que as execuções praticadas por eles não chegassem aos responsáveis pelos crimes.

Um outro delator, que sobreviveu a uma emboscada do grupo, também afirmou que existem infiltrafos entre os agentes. A Polícia Civil do Rio não comentou sobre o caso.

Presos O sargento aposentado Ronnie Lessa, 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, 46, foram presos na última terça-feira (12), no Rio de Janeiro, sob a acusação de terem participado dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes. 

Ronnie é apontado como o homem que atirou contra a vereadora. E Élcio teria dirigido o carro que levava Ronnie.

A investigação da polícia aponta que Ronnie fazia pesquisas sobre a rotina de Marielle Franco desde outubro de 2017. Ele também pesquisava sobre o deputado Marcelo Freixo (PSol). 

Ronnie também teria pesquisado sobre o interventor militar que estava atuando no Rio de Janeiro, o general Braga Neto. O sargento Lessa foi preso em casa. Ele mora no mesmo condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro tem uma casa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. 

O MP informou que o crime foi planejado de forma meticulosa durante os três meses que antecederam os assassinatos.

Operação Além dos mandados de prisão, a chamada Operação Lume cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços dos dois acusados, para apreender documentos, telefones celulares, computadores, armas e acessórios.

Na denúncia apresentada à Justiça, o MP também pediu a suspensão da remuneração e do porte de arma de fogo de Lessa, a indenização por danos morais aos familiares das vítimas e a fixação de pensão em favor do filho menor de Anderson até completar 24 anos de idade.