Um buraco de R$ 20 milhões no Vitória

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  • Da Redação

Publicado em 23 de março de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Quando o Vitória entrar em campo hoje para enfrentar o ABC, lá em Natal, estará metido num buraco financeiro de aproximadamente R$ 20 milhões. É este o montante que o clube precisa achar, sabe-se lá onde, para fazer sua própria máquina girar em 2019, sem contar investimentos.

Esta é a estimativa que corre nos gabinetes da Toca do Leão, a partir de planilhas do Conselho Fiscal e da própria diretoria, que se recusa a prestar contas.

Em outras palavras: o Vitória, que já está devendo salários e cheio de passivos trabalhistas, precisa levantar pelo menos R$ 20 milhões para pagar até as contas de luz e os funcionários até o final do ano.

Como está se desenhando uma nova eleição em meados de abril, o próximo presidente já vai assumir com este peso no lombo, resultado de gestões abomináveis como as de Ivã de Almeida e Ricardo David.

Tal quadro mostra que, quando os sócios rubro-negros forem decidir em assembleia pela antecipação das eleições, é bom também votar pela inclusão no estatuto de dispositivos que evitem a abertura de buracos como esse.  

Ricardo David simplesmente se faz de surdo e não quer mostrar os dados financeiros a ninguém. Os conselheiros precisam ter em mãos dispositivos para frear este tipo de comportamento, seja lá qual for o presidente eleito, agora ou no futuro.  

O Vitória já deu um passo importante rumo à democracia, mas ficou refém de presidentes pífios. Agora, é hora de solidificar as ferramentas democráticas. Só assim será possível sair do buraco com algum equilíbrio.

Alta densidade Um jogador brasileiro chamado Jorginho, atacante do time boliviano Jorge Wilstermann, foi parar no noticiário essa semana porque imbecis lá da Bolívia lhe direcionaram insultos e gestos racistas durante uma partida.

Primeiro, o brasileiro se irritou e reclamou com o árbitro, mas adeptos do Blooming seguiram imitando macacos a cada vez que ele pegava na bola. Era tão escancarado que até os jogadores do Blooming foram pedir para os idiotas pararem com aquela infâmia. Não adiantou.  Lá pras tantas, Jorginho pirou e deixou o campo com o jogo em curso.

No dia seguinte, o presidente do Blooming, Juan Jordán, foi ao microfone para falar sobre o assunto. Todo mundo esperava que ele execrasse a atitude de sua torcida, mas o que ele fez? Anunciou que estava denunciando o brasileiro por ofender e provocar o público. Dentre uma série de asneiras proferidas pelo dito cujo, eis as piores: “Que não se perca o folclore do futebol” e “Que este tema não se torne um tema de questão racial”.

Agora estamos todos cientes de que racismo explícito virou “folclore” e que a discussão sobre o assunto não pode seguir pelo único caminho possível.

Eu sempre fico em dúvida se a densidade demográfica de imbecis no mundo está aumentando ou se, com a velocidade que circula a informação, a presença deles se nota mais facilmente.

Na melhor das hipóteses, está cada vez mais fácil expor os racistas, que se entregam por força do hábito. E assim o tema seguirá na pauta. Mesmo que os imbecis achem que é folclore.

Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados