Um centro sem convenções

Pablo Barrozo é deputado estadual pelo Democratas

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  • Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2017 às 10:03

- Atualizado há um ano

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É lamentável a indefinição do Estado sobre a questão do Centro de Convenções. Já se passou um ano do desabamento parcial do equipamento, inaugurado em 1979, e, após muitas promessas do governador Rui Costa, não há nenhuma sinalização concreta sobre uma solução definitiva para o problema. Desde julho de 2015,  a cidade está sem o Centro de Convenções. Enquanto isso, Salvador deixa de tirar proveito do potencial econômico gerado pelo turismo de negócios e de eventos no país. Só para se ter uma ideia, esse mercado cresceu nacionalmente 10,2% no primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados do Sebrae.

O Centro de Convenções surgiu justamente para fomentar o turismo de eventos na Bahia, ampliando para todo o ano as visitações e ocupações hoteleiras que, até então, eram sazonais. Isso significou geração de emprego e renda o ano inteiro. O prédio, que já abrigou eventos importantes, como a Conferência Ibero-Americana, começou a entrar em decadência desde que o PT assumiu o governo do estado. Por falta de manutenção, nos últimos anos, o Centro de Convenções, símbolo da arquitetura moderna na Bahia, sofreu tanto com o desgaste provocado pelas ações do tempo e do clima a ponto de desabar.

Desde o acidente, o governo só tem feito promessas de que vai construir um novo grande espaço para eventos e negócios. Mas, tal como a ponte Salvador-Itaparica, que agora virou túnel, tudo não passou de engodo. O maior deles é a promessa de construção do equipamento na área do Parque de Exposições, onde há uma disputa jurídica pela propriedade da área que inviabiliza qualquer investimento do tipo no local. Ou seja, trata-se de mais uma manobra protelatória do Estado.

Num momento de crise, a cidade perde ainda mais com a falta de um Centro de Convenções. O resultado é o fechamento de bares e restaurantes e de toda uma cadeia produtiva e vocacional de Salvador. Se não fossem os esforços da Prefeitura, que tem assegurado a ocupação hoteleira em praticamente 100% durante o Verão e no final do ano, o cenário seria ainda pior. O prejuízo estimado com a falta do Centro de Convenções vai chegar a R$ 1 bilhão se o equipamento for construído em dois anos. Isso desde 2015.

Já perdemos com a não realização de eventos importantes neste período, como o Congresso Internacional de Odontologia e, além disso, a população viu o dinheiro público ser jogado pelo ralo com a contratação de um estudo de recuperação do Centro de Convenções, que ficará inutilizado se o equipamento for construído em outro local.

Aliada à degradação do Centro de Convenções, a Bahiatursa, empresa que era referência nacional e internacional, tornou-se uma mera superintendência de eventos do Estado e utiliza um marketing ultrapassado, concentrando esforços na realização de promoções pontuais em feiras.

O governo estadual deveria sair da omissão, ouvindo todo o trade turístico, se comprometendo de forma responsável, com determinação de prazos a cumprir, na resolução deste problema, hoje uma verdadeira vergonha para a Bahia.