Um novo ciclo

Paratleta Elione Sousa dá exemplo de superação após amputação de perna

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  • Do Estúdio

Publicado em 8 de setembro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos: divulgação

Transformar limitações em oportunidades. Este é o grande lema de Elione Sousa, paratleta brasileiro que mudou de vida após sofrer um acidente de trânsito em 2010. Na ocasião, foi preciso amputar a perna esquerda para salvar a sua vida. No início, tudo parecia mais difícil.

“Tive que reaprender tudo. É tudo diferente. Comecei a ter um olhar completamente diferente sobre as coisas. A gente não consegue se ver usando uma muleta por uma semana quando coloca gesso, imagina entender que nunca mais terá uma perna”, relata Elione sobre o processo de reabilitação. “Tive que reaprender tudo. É tudo diferente. Comecei a ter um olhar completamente diferente sobre as coisas", afirma Elione Ter um acompanhamento multidisciplinar fez toda a diferença na vida dele. “Essas pessoas me transformaram. Aprendi a andar de muletas, ter autoconfiança. O pessoal que foi me passando essa confiança. Depois de um ano eu estava confiante da minha condição”, relata Elione.

Esse é o melhor caminho, de acordo com a fisioterapeuta do Hapvida, Luana Neres. Uma pessoa com necessidades especiais precisa ser acompanhada por médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e profissionais de tantas outras especialidades.

“A fisioterapia vai ajudar a pessoa a se readaptar a um ambiente social de novo, às novas estruturas, tanto na musculatura do corpo quanto no ambiente que se enquadra”, explica Luana Neres. É uma condição desafiadora, mas a profissional alerta que estas pessoas não devem desanimar pois “é apenas um novo ciclo”.“A fisioterapia vai ajudar a pessoa a se readaptar a um ambiente social de novo, às novas estruturas, tanto na musculatura do corpo quanto no ambiente que se enquadra” Luana Neres, fisioterapeuta do HapvidaFoi o que aconteceu com Elione após um ano de reabilitação. Um novo ciclo se iniciou, com mais confiança. “Já não ligava para todo mundo me olhar andando no calçadão. Saía correndo de muleta, fazendo meu treino com todo mundo me olhando e eu achando aquilo muito legal. Como paratleta, as pessoas já não me olhavam mais como coitadinho, mas como referência. É isso que quero para a minha vida. Ser visto como um cara forte, guerreiro”, conta o paratleta, que hoje compete em todo o mundo representando o Brasil em provas de atletismo, triathon e salto à distância."Como paratleta, as pessoas já não me olhavam mais como coitadinho, mas como referência. É isso que quero para a minha vida. Ser visto como um cara forte, guerreiro" Elione Sousa, paratletaHoje, mais de um bilhão de pessoas vivem como Elione, com algum tipo de limitação física ou mental. No Brasil, de acordo com Senso 2010 do IBGE, 23,9% total da população tem algum tipo de necessidade especial, sendo a visual a mais frequente. Em segundo lugar estão as motoras, depois as auditivas e, por último, a mental ou intelectual.

  

Elione é um exemplo de superação. Convive muito bem com sua condição física e não se sente inferior a ninguém. E por mais que tenha que enfrentar diariamente contratempos com a pouco acessibilidade dos lugares, não desiste de ter uma vida normal, como merece ter qualquer cidadão comum. Além de estudar e ser um atleta de alto rendimento, ele trabalha há quatros anos como assistente de marketing em uma grande empresa de Fortaleza.

“Não quis e não quero aposentaria por invalidez. Sou ativo e trabalhar me deixa vivo! A gente precisa é de oportunidade para mostrar que a gente é normal, que consegue ter uma vida normal, estar em ambientes de pessoas normais. Aposentadoria para a pessoa com deficiência é uma exclusão. É como dizer: Fica aí guardadinho na sua casa”, ressalta Elione Sousa.

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