Uma seleção do Baianão distorcida

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Publicado em 5 de abril de 2018 às 11:26

- Atualizado há um ano

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Tigre, Nino Paraíba, Lucas Fonseca, Menezes e Bryan; Gregore, Vinícius e Rayllan; Neilton, Salatiel e Zé Rafael. Técnico: Zaluar, da Juazeirense. Esta é a minha seleção do Campeonato Baiano.

A escalação apresentada tem cinco jogadores do Bahia, três da Juazeirense, dois do Vitória e um do Bahia de Feira. Uma distorção criada pelo primeiro Ba-Vi do ano. Não fossem os socos trocados no primeiro Ba-Vi do ano, meu time teria os rubro-negros Kanu e Yago: o primeiro, um zagueiro que não confunde técnica com moleza; o segundo, um meia de muita eficiência individual e coletiva. Mas, como violência não combina com esporte, Menezes e Rayllan herdaram as vagas.

Feita a ressalva, se fosse analisar só pela bola, a formação teria cinco do Bahia, quatro do Vitória e dois da Juazeirense, além do treinador. Escalei Zaluar porque é muito mais difícil montar um time forte tendo os recursos de um clube pequeno do que à frente da dupla Ba-Vi. E a Juazeirense não só liderou boa parte da fase de grupos, como deu trabalho em três dos quatro confrontos diretos contra Bahia ou Vitória. Craque do campeonato: Neilton. Revelação: Júnior Brumado.

Criei essa alegoria para ilustrar o quanto os desfalques fazem falta ao Vitória. Meus times fictícios não decidem nada, nem entram em campo num Ba-Vi. Mostram apenas o quanto o desequilíbrio emocional em uma tarde desequilibrou toda a equipe na reta decisiva do campeonato.

O Bahia jogou melhor que o Vitória no primeiro Ba-Vi da final e teve chance até de vencer com uma margem maior. O fator campo fez diferença? Tratando-se de um clássico com torcida única na Fonte Nova, é razoável acreditar que sim. Mas acredito também que o fator técnico foi o que mais pesou em relação ao futebol apresentado em campo, já que, em relação ao placar em si, foi o erro do juiz na marcação do pênalti.

O Vitória perdeu seu único zagueiro confiável (Kanu), seu melhor meia (Yago), seu meia mais raçudo, ágil e versátil (Rhayner), além de um atacante que perde muitos gols, mas seria uma opção buliçosa, ainda que no banco de reservas (Denílson). Juntando os desfalques com a fragilidade defensiva que não vem de hoje, o resultado é um time de poucas opções.

A dupla de zaga não transmite confiança. Cheio de razão, o torcedor rubro-negro reclama também das atuações dos laterais Lucas e Pedro Botelho no primeiro clássico da final. E Mancini não tem solução ideal no elenco. Na direita, o técnico pode colocar o volante José Welison, que nem se considera mais improvisado na posição. É uma boa ideia para conter os avanços do tricolor Marco Antônio, embora não seja garantia de ajuda ofensiva, o que Lucas pode dar mais, considerando que a exibição na Fonte Nova foi um ponto muito abaixo da curva e não é provável que se repita no Barradão. Na esquerda, a opção é voltar Juninho para sua posição de origem, o que melhoraria a lateral, mas forçaria a mexer no meio-campo, setor ajustado justamente com Juninho após os desfalques de Yago e Rhayner.

Portanto, a escalação para a final é, basicamente, essa que aí está, aberta a uma mudança ou outra a depender do que Mancini enxergar ao longo da semana. Time por time, o Bahia leva vantagem diante do desfalcado Vitória. Mas ganhar de 1x0 em casa, com a pressão da torcida única a favor, é um resultado totalmente alcançável.

Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras.