Universidade espanhola é investigada por esquema de vendas de diplomas

Duas figuras importantes do governo espanhol já perderam os cargos, por conta do esquema

Publicado em 21 de setembro de 2018 às 10:08

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: AFP / POOL / Javier Lizón

A universidade pública Rei Juan Carlos da espanha ganhou destaque nas páginas dos jornais nos últimos dias. O motivo é que a universidade vem sendo investigada por um esquema de venda de diplomas para políticos. Estima-se que pelo menos 500 italianos obtiveram diplomas falsos de Direito por meio da instituição. A informação foi cedida por um tribunal de Madrid que abriu um inquérito para apurar o caso.

Os títulos falsificados teriam que estas pessoas se registrassem como profissionais junto da Ordem dos Advogados em Madrid e, provavelmente, em outras cidades espanholas. A informação é da agência internacional de notícias francesa, AFP.

O jornal digital espanhol eldiario.es, publicou uma matéria afirmando que os diplomas validaram permitiram que as pessoas beneficiadas pelo esquema comprovasse anos de estudo que nunca tiveram na Itália evitando o pagamento de mestrados nas universidades italianas.

A Ordem dos Advogados de Madrid foi contatada pela AFP para se pronunciar sobre o caso, mas a entidade disse que este problema é de responsabilidade da universidade e da secretaria de estado que gerencia o ensino superior.

Políticos espanhóis também são suspeitos de obtenção de mestrados em condições de vantagem por terem sido dispensadas de frequentar as aulas, tendo-lhes sido, em alguns casos, atribuídas notas elevadas. Os dois casos de maior repercussão da presidente da comunidade de Madrid, Cristina Cifuentes, obrigada a demitir-se em abril; e a ex-ministra da Saúde do atual governo, Carmen Monton, forçada a apresentar a demissão pelos mesmos motivos.

O líder do Partido Popular, Pablo Casado é suspeito de ter recebido um mestrado nas mesmas condições. O escândalo fez a Universidade já desmembrar o Instituto de Direito Público. O ex-diretor do Instituto,  Enrique Alvarez Conde, está sob investigação da polícia. O ex-diretor vem recebendo, desde 2012, pagamentos não justificados que ultrapassaram os 100 mil euros.

As investigações chegaram até o primeiro-ministro Pedro Sánchez, que foi acusado de plágio em sua tese de doutorado. Sánchez chegou a se defender sobre o assunto e disse que as notícias sobre isso são falsas.

"É rotundamente falso", afirmou Pedro Sánchez através da sua conta na rede social Twitter, acrescentando que, "a menos que haja retificação da informação publicada", avançará com ações legais em defesa da sua honra e dignidade.