Urnas eletrônicas são carregadas com informações e lacradas em Salvador

Saiba como funciona o esquema de segurança das urnas até a eleição

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  • Nilson Marinho

Publicado em 26 de setembro de 2018 às 19:41

- Atualizado há um ano

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. por Foto: Marina Silva/CORREIO

Às 17h do dia 7 de outubro, quando as portas dos cartórios eleitorais forem fechadas, o Brasil começará a conhecer os seus futuros líderes políticos. Quem vai para o segundo turno ou quem ocupará, de primeira, as cadeiras do Palácio de Ondina e do Palácio do Planalto, além dos novos membros do Congresso e da Assembleia Legislativa, caberá às urnas eletrônicas dizer, respeitando a vontade da maioria da população votante. Ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA), caberá garantir o funcionamento e a segurança do aparato eletrônico usado na corrida eleitoral.

Na manhã desta quarta-feira (26), 1.358 urnas que serão utilizadas em cinco das 19 zonas eleitorais de Salvador começaram a ser carregadas com os dados eleitorais e, posteriormente, lacradas para garantir que nada possa violá-las até o fim da apuração. São urnas que estarão nas zonas 1, 16, 17, 18 e 19.

Por isso, de acordo com o órgão, é preciso seguir à risca um procedimento de segurança para a introdução dos dados no equipamento eletrônico. Pela manhã, no galpão do Centro de Apoio Técnico (CAT), localizado no Porto Seco Pirajá, às margens da BR-324, uma equipe formada por técnicos eleitorais, juízes eleitorais e advogados ficaram responsáveis por introduzir nas urnas os flash cards, que são uma espécie de cartão de memória contendo todas as informações dos eleitores e dos candidatos. 

São três tipos de cartões que chegaram recentemente ao CAT, vindo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acompanhados de lacres que garantem a segurança das máquinas.

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O primeiro cartão conhecido como ‘flash de carga’ contém informações referentes aos eleitores, como nome e sessão de votação, além dos dados dos candidatos aptos a concorrer a um posto no Legislativo ou Executivo. O segundo, chamado de ‘flash de eleição’, veio carregado com as fotos dos presidenciáveis e dos candidatos ao Senado e aos parlamentos federal e estadual.

O terceiro é a ‘mídia de resultado’, responsável por computar os votos. Ele é o único que é retirado após o fim da votação para ser utilizado na apuração dos resultados. O 'flash de eleição', além de estar carregado com a imagens, também funciona como armazenamento de votos, garantindo que, caso haja algum problema com a 'mídia de resultado', todos os dados não sejam perdidos.

São os técnicos eleitorais que carregam as urnas. Foram contratados por uma empresa que venceu uma licitação pública, ficando responsável por reunir e treinar uma equipe. Primeiro eles inserem o 'flash de carga' para, logo em seguida, testar se a tela e os botões estão funcionando. Logo em seguida, são colocados nas máquinas o 'flash de eleição' e a 'mídia de resultado' para, posteriormente, serem lacradas com uma peça de segurança e um adesivo de alto relevo difícil de ser removido da urna.

Depois desse processo, as urnas ficam empilhadas no galpão para saírem de lá, um dia antes das eleições, acompanhadas de um efetivo de segurança, para que nenhuma máquina seja desviada do trajeto até as seções.

A quantidade de pessoas responsáveis pela segurança, no entanto, não é revelado pelo órgão, justamente para seguir um protocolo de proteção.

Serão seguranças institucionais do próprio TRE-BA, além de profissionais contratados por uma empresa. Eles também ficam de guarda no galpão do CAT durante 24 horas.

No galpão não existem câmeras. O CORREIO apurou que, no CAT, nenhum aparelho de monitoramento está a serviço da vigilância. Segundo o TRE-BA, a falta das câmeras não compromete a violação dos aparelhos, já que os profissionais estão, durante todo o tempo, fiscalizando o espaço.  “A preocupação é a mesma de sempre: de segurança das urnas, credibilidade, manutenção em sigilo e guarda efetiva durante 24 horas para que nada acabe com a lisura [do processo]”, explica o presidente do TRE-BA, desembargador José Edivaldo Rocha Rotondano. Quando deixarem o CAT, um dia antes da eleição, as urnas serão transportadas em carros do TRE-BA, acompanhados de seguranças e viaturas da Polícia Militar. Será assim também no caminho de volta, depois do resultado. Cada cidade fica responsável por introduzir os dados nas urnas. O município deve possuir seu galpão de armazenamento, e o processo de segurança até as seções é o mesmo. Rotondano, presidente do TRE-BA, espera que o processo eleitoral aconteça sem incidentes (Foto: Marina Silva/CORREIO) Auditoria  Um dia antes das eleições, ainda de acordo com o presidente do TRE-BA, serão sorteadas, aleatoriamente, urnas de algumas seções eleitorais para serem fiscalizadas na sede do órgão.

Essas urnas podem ser de qualquer zona eleitoral do estado, mas, por questão de logística, só podem ser aparelhos que estão a menos de 700 km da capital. Isso porque elas precisam estar em Salvador antes das 17h, horário em que é encerrado o período de votação, para saber se, de fato, funcionaram como deveriam, sem nenhum erro que possa comprometer o resultado final.

Serão sorteadas, no total, 15 urnas. Quatro delas devem ser enviadas às pressas para a capital após cumprir um período de funcionamento no interior. O trajeto até Salvador será feito com a ajuda de uma escolta policial. Um helicóptero da PM também será utilizado para agilizar a viagem. A outra será de uma sessão da cidade e o restante será fiscalizado nas suas próprias zonas eleitorais – podendo ser no interior e em Salvador, dependendo do resultado do sorteio.

*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier.