Vacina russa para Covid-19 induziu resposta imune, indica estudo preliminar

Artigo científico com detalhes da vacina foi publicado na conceituada revista The Lancet

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  • Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2020 às 08:52

- Atualizado há um ano

. Crédito: AFP

Um artigo científico sobre os resultados das fases 1 e 2 dos ensaios clínicos da vacina de coronavírus desenvolvida na Rússia apontou que ela teve resposta imune e não apresentou efeitos adversos. O estudo preliminar foi publicado na conceituada revista científica The Lancet (confira aqui). 

O artigo foi produzido pelo pesquisa do Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia de Gamaleya. Ainda este mês deve ser publicado o resultado completo dos testes da vacina realizado em animais. O ensaio foi conduzido em primatas, hamsters sírios e camundongos transgênicos, e mostrou 100% de eficácia protetora da vacina (os resultados em primatas e hamsters sírios foram obtidos antes dos ensaios clínicos). 

Os resultados dos ensaios clínicos com 40 mil voluntários devem ser publicados entre outubro e novembro.

Segundo o artigo, os resultados dos ensaios clínicos das Fases 1-2 da Sputnik V não mostraram eventos adversos sérios (SAE, Grau 3) para nenhum dos critérios, enquanto a incidência de eventos adversos sérios para outras vacinas candidatas varia de 1% a 25%.

A publicação diz ainda que o nível de anticorpos neutralizantes de vírus dos voluntários vacinados com Sputnik V foi 1,4-1,5 vezes maior do que o nível de anticorpos de pessoas que tiveram covid-19.

O estudo diz ainda que todos os voluntários desenvolveram imunidade de células T (um tipo de célula de defesa do corpo), representada por células CD4 + e CD8 +, que garantem o reconhecimento e a destruição de células infectadas com SARS-CoV-2. 

A Sputnik V foi registrada no mês passado na Rússia, mas a falta de estudos publicados sobre os testes gerou desconfiança entre a comunidade internacional. No Brasil, o Paraná firmou uma parceria para desenvolver a vacina russa.