Vai começar a correr? Confira dicas para você percorrer os primeiros quilômetros

Seja qual for o biotipo, idade ou estilo de vida, todos podem começar no esporte

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  • Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2018 às 00:28

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos: divulgação

Já está mais do que provado que realizar uma atividade física de forma regular traz benefícios para a saúde. Se está na dúvida de qual atividade escolher, que tal começar a correr? Pense em um esporte democrático essa tal corrida de rua. Você pode fazer os seus horários de treino, treinar em ambientes variados e não precisa gastar muito para praticar a atividade. Seja qual for o seu biotipo, idade ou estilo de vida, todos podem começar a correr. Basta colocar um tênis confortável e ter disposição para começar a acumular quilômetros pelo asfalto.

Como toda atividade física, é primordial que você consulte um médico antes de iniciar os treinos e evitar riscos à sua saúde. Com a liberação médica em mãos, é hora de ir para a rua. No início é bom frear a empolgação e dosar as passadas para não acabar se lesionando. “Para quem não tem histórico de atividade física, o indicado são caminhadas diárias evoluindo para transição de caminhada com corrida. Mas isso depende bastante da constituição genética e física de cada um. Também é importante treinar três vezes na semana sempre dando intervalo de descanso de um dia entre os treinos”, explica o educador físico Rafael Peralva, que possui uma assessoria esportiva especializada principalmente em treinos de corrida de rua e triathlon.“Para quem não tem histórico de atividade física, o indicado são caminhadas diárias evoluindo para transição de caminhada com corrida"

Rafael Peralva, educador físicoAssim como o treino, a alimentação também é fundamental neste processo inicial. O corredor precisa de carboidratos para dar aquela energia na rua. E, se possível, dar sempre preferência a alimentos integrais. “Carboidratos, raízes, tubérculos, cereais e grãos integrais. Justamente pela qualidade desses alimentos que fornecem nutrientes que são importantes para o metabolismo do organismo. É bom também evitar gordura animal em excesso. Tudo isso ajuda tanto na digestão, como na disposição do indivíduo que vai começar a correr”, diz o nutricionista especialista em nutrição esportiva, Luan Lisboa.

Você pode correr apenas para manter a forma ou então se empolgar, começar a levar o esporte à sério e até migrar para outras modalidades. “A corrida oferece um ganho elevado de endorfina e serotonina, além de ser um esporte de base, que serve para preparar a pessoa para todas as outras práticas esportivas”, explica Peralva. Uma boa oportunidade de colocar o desempenho à prova será na Maratona Cidade de Salvador, que será realizada no dia 23 de setembro. A prova é organizada pela Prefeitura de Salvador e terá as distâncias de 5km, 10km, 21km e 42km.“A corrida oferece um ganho elevado de endorfina e serotonina, além de ser um esporte de base, que serve para preparar a pessoa para todas as outras práticas esportivas

Rafael PeralvaSe a pessoa for levar a corrida à vera, precisa manter uma alimentação equilibrada, dar atenção ao descanso necessário, fazer um trabalho de fortalecimento muscular e ter foco no treino. E treinar com uma orientação profissional faz toda a diferença. O treinador irá elaborar um plano de treino específico para a condição física de cada indivíduo e de acordo com os objetivos pré-estabelecidos. “Um corredor bem orientado correrá menos riscos de ter lesões e vai ter resultados expressivos em relação a quem treina sem orientação”, diz Peralva.

Correr vicia Quem começa a correr logo se apaixona pela modalidade. Como aconteceu com a advogada Maiama Brito, 36 anos. Maiama não tinha um histórico muito positivo em prática esportiva, mas tinha um bom exemplo na família. A irmã, Taiana, já participava de um grupo de corrida há dois anos e não a parava de incentivar para entrar no esporte. “Sempre iniciava academia e nem ficava dois meses. Tinha muita dificuldade de fazer exercício. Minha irmã sempre me convidava para entrar no grupo de corrida. Fui fazer uma aula experimental e entrei. Comecei a correr há uns cinco meses”, revela.

O início na corrida foi puxado. Com dois filhos em casa, Maiama tinha que correr dobrado para conseguir treinar e ainda encarar as obrigações da rotina diária. “A minha maior dificuldade era acordar às 4h30 para treinar das 5h30 às 6h30 e poder estar em casa antes das 7h para levar os meninos na escola. Sem contar a rotina de trabalho durante o dia. Conciliar tudo isso, junto com o cansaço físico de um corpo sedentário e acima do peso é bastante complicado. Eu cheguei na assessoria e não conseguia correr 200 metros. Era mais andando do que correndo”, argumenta.

As dificuldades foram ficando para trás e Maiama se sentiu realizada ao completar uma prova de 6km no mês passado, em Guarajuba. “Foi o dia que eu descobri que a corrida é vida, que eu podia cada dia ir me superando, porque eu consegui completar uma prova de 6km e não cheguei morrendo. A disposição no dia é outra. Não fico com sono, me sinto disposta até a noite para cumprir toda a minha rotina”, conta. Há dois meses, Nayara não conseguia correr 5km. A evolução foi rápida e, no último domingo, completou uma prova de 10km Melhorar a saúde é o principal motivo que faz com que as pessoas comecem a correr. Ao perceber que engordou quase cinco quilos no último ano, a servidora pública Nayara Brito, 34, buscou na corrida um aliado na briga contra a balança. Ao chegar no grupo de corrida, há dois meses, não conseguia correr 5km. A evolução foi rápida e no último domingo Nayara completou uma prova de 10km. “Minha meta inicial era melhora a minha qualidade de vida. Agora estou começando a gostar cada vez mais e penso em melhorar o meu rendimento. Por enquanto, minha meta é passar a correr 15km e cada vez mais quero aumentar a distância”, disse.

Além do cuidado com a saúde, a corrida trouxe um ganho mental para Nayara, a possibilidade de se conectar ainda mais consigo mesma. “A corrida serve como um encontro comigo mesma. Através da corrida eu paro para observar o meu próprio corpo. A minha respiração, a passada de pernas, o movimento dos meus braços. Eu passei a sentir uma dor ou outra nas pernas, mas é um benefício. Passei a cuidar mais de mim, a cuidar mais da alimentação”, finaliza.

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