Vai começar: Festival Virada espera receber 430 mil turistas

Prefeitura prevê que evento vai movimentar R$ 405 milhões na economia de Salvador

Publicado em 28 de dezembro de 2017 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/CORREIO

Salvador vem se consolidando quando o assunto é destino para o Réveillon. E o Festival Virada Salvador, que começa hoje, na Boca do Rio, contribui para isso. Com uma extensa programação gratuita - a maior grade de atrações do Brasil - em cinco dias de festa, o evento que atrai os próprios soteropolitanos também virou destino principal para os turistas. Este ano, Salvador ganha até mesmo do Rio de Janeiro, dono da festa mais famosa do país.

A partir de hoje e até o próximo dia 1º de janeiro, 29 atrações gratuitas sobem ao palco principal da Arena Daniela Mercury. O Festival Virada Salvador será o destino de 430 mil turistas de diversos estados brasileiros, movimentando R$ 405 milhões na economia, segundo a prefeitura. Os viajantes mais comuns, além dos próprios baianos, são os paulistas, cariocas, mineiros, pernambucanos e sergipanos, além dos argentinos, alemães, americanos, franceses e também chilenos.

Salvador chegou, inclusive, a ser classificada como o segundo destino mais procurado por brasileiros no Réveillon deste ano, pelo site de viagens Kayak, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, e passando Miami, nos Estados Unidos. 

Escolha A vinda de um grupo de cinco amigas de Florianópolis (SC), que desembarca hoje à noite em Salvador, ajuda a mostrar como Salvador vem tendo preferência. As amigas iniciaram as pesquisas sobre destinos da virada em agosto deste ano e preferiram Salvador ao Rio de Janeiro por conta do Festival Virada Salvador. 

“Além de não conhecer Salvador, que a gente já queria, nós vamos para curtir o show de Ivete Sangalo, Daniela Mercury e Saulo Fernandes. Escolhemos a cidade por conta do Festival, mesmo”, conta a estudante Sáskia Teixeira, 23 anos.

Sáskia conta que já havia passado a virada no Rio e que tem bastante expectativa sobre a capital baiana. Mesmo gostando da festa carioca, para ela, a virada de Salvador “parece mais cultural”. “O Rio é a festa, a praia, a multidão na praia, que é cartão-postal da cidade. Mas tinha escolhido o Rio para visitar uma amiga; a escolha de Salvador foi por conta dos shows que gostaria de assistir e para conhecer a cidade”, diz.

Catarina Valter, 28, trabalha como babá em Munique, na Alemanha. Ela nasceu no Brasil e veio à capital baiana para rever o pai. “Eu vim passar Réveillon em Salvador mais pela família. Há três anos que eu não o via. Mas ainda não sabemos o que fazer, se vamos à praia, se vamos ficar em casa”, confessa. Catarina Valter veio da Alemanha para passar o Réveillon em Salvador e rever o pai (Foto: Marina Silva/CORREIO) Quem, assim como as catarineses, vem para o Festival, deve ficar de olho nos horários: os portões abrem hoje às 16h e a priemira atração se apresenta às 17h. Os shows começam 18h30, com duração de 1h30, em média. Além de toda a grade musical, o Festival contará com feirinhas, tirolesa, área infantil, Fit Dance, show piromusical, food truck, roda-gigante, tirolesa.

Permanência Para o secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Cláudio Tinoco, a venda do destino e da festa antecipadamente fez com que turistas se interessassem e se planejassem para vir para a cidade: “Nós anunciamos a mudança do local e as primeiras atrações logo em setembro. Depois, complementamos a grade principal no fim de outubro e em novembro lançamos a programação de Verão. Isso faz com que o turista fique de olho na cidade e se planeje para vir para Salvador”.

A venda de Salvador em outros locais também é destacada como possível motivação da vinda de turistas. As ações foram realizadas em conjunto com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih-Bahia) em dez cidades - cinco brasileiras e cinco estrangeiras. Foram 95 empresas visitadas e 2,2 mil profissionais capacitados para vender Salvador como destino.

Mudando de lado Até mesmo quem mora praticamente dentro da festa no Rio prefere vir para Salvador. É o que acontece com a carioca Carolinna Oliveira, 18, que mora no Leme, ao lado de Copacabana, e escolhe Salvador como destino para o Ano-Novo há sete anos.

“Eu troco qualquer coisa no Rio por Salvador. Apesar de eu achar que os fogos do Rio são mais mágicos, acho o Réveillon daqui melhor, muito por conta das pessoas, que são mais calorosas e festivas. Sem falar nas atrações do Verão daqui”, disse. É a quinta vez que ela vem para Salvador somente neste ano – e ainda não comprou a passagem de volta. A estudante carioca Carolinna Oliveira troca o Réveillon do Rio pelo de Salvador há sete anos (Foto: Almiro Lopes/CORREIO) Para Isaac Edington, presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), a consolidação de Salvador como destino para o Ano Novo é fruto de uma estratégia da prefeitura, realizada desde 2014. “Hoje, o Festival é o segundo maior produto da cidade, perdendo em termos de movimentação econômica somente para o Carnaval. Mas vemos que agora o turista vem e passa uma semana, e não mais dois dias, como ocorria antigamente”, afirma.

Quem está aproveitando bem a estadia em Salvador, desde o início do mês, é a estudante de Artes Cênicas, também carioca, Paula Grazyelle, 20. É o sexto ano que ela passa o Natal e o Réveillon em Salvador e já emenda a festa com o Carnaval, curtindo todo o Verão da cidade.

“Na maioria das vezes, eu fico de dezembro até fevereiro. Eu gostei bastante dos dois últimos Réveillons, prefiro o de Salvador ao do Rio porque acho que em Salvador não tem muita segregação de público. As festas são voltadas também para quem não tem muito poder aquisitivo”, diz.