'Vai ter Olimpíada em 2021', projeta nadadora Ana Marcela Cunha

Única atleta brasileira com vaga garantida nos esportes aquáticos em Tóquio, baiana mantém treinamento durante pandemia

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  • Daniela Leone

Publicado em 4 de maio de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/Instagram

Ana Marcela Cunha já se enxerga nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A nadadora baiana não acredita que a pandemia de coronavírus vá afetar a realização do maior evento esportivo do planeta em 2021. "Acho que está havendo muita especulação boba em torno disso. Com certeza essa pandemia vai ser controlada em breve. Medidas serão tomadas para garantir a realização em 2021. Vai ter Olimpíada em 2021. Segue o jogo", afirmou a atleta em entrevista ao CORREIO.

Programada para ser disputada de 24 de julho a 9 de agosto deste ano, a Olimpíada foi adiada por causa da pandemia de covid-19. O evento foi remarcado para acontecer de 23 de julho a 8 de agosto de 2021, mas sua realização segue em risco. A Associação Médica do Japão afirmou que vai ser difícil sediar a competição antes do desenvolvimento de uma vacina contra a doença e, na última terça-feira (28), o Comitê Organizador de Tóquio admitiu que os Jogos podem ser cancelados caso a pandemia não seja controlada. 

Única atleta brasileira nas cinco modalidades olímpicas dos esportes aquáticos com vaga garantida em Tóquio, Ana Marcela prefere manter o otimismo e refazer o planejamento estratégico para buscar uma medalha. “Reposicionamos as coisas e criamos novos objetivos para o segundo semestre deste ano. A parte final do planejamento, que começou a ser executado em janeiro passado, foi totalmente transferida para janeiro de 2021, sem problema”, contou a maratonista aquática.    

A vaga na Olimpíada foi conquistada em julho do ano passado, ao ficar em quinto lugar na prova de 10 km de maratona aquática do Mundial de esportes aquáticos, disputado em Gwangju, na Coreia do Sul. Ana Marcela conta que estava pronta para disputar os Jogos de Tóquio esse ano, mas não lamenta o adiamento da competição.  “Sinceramente, ganhei mais um ano para treinar. De 2017 pra cá, montamos nosso novo projeto olímpico e passamos por todas as fases planejadas com sucesso. Estávamos bem embalados para chegar em agosto com 200% de condição de disputar uma medalha, mas já reavaliamos tudo”.A Olimpíada de Tóquio será a terceira da carreira de Ana Marcela. Em Pequim-2008, ela terminou em quinto lugar. No Rio-2016, em 10º. Não se classificou para Londres-2012. Em busca da inédita medalha olímpica, a baiana de 28 anos segue com os treinamentos mesmo durante a pandemia. 

O técnico Fernando Possenti mora no mesmo condomínio que ela, no Rio de Janeiro, e a acompanha em algumas atividades. Eles não podem utilizar as instalações do Parque Aquático Maria Lenk, fechado pelo Comitê Olímpico Brasil (COB) desde o dia 18 de março por causa da pandemia de covid-19, mas se mantém dentro d’água.

“Depois que o Parque fechou, fui treinar umas semanas na Marinha, pois sou 3º Sargento no Projeto Olímpico das Forças Armadas, só que lá também fechou, então, recentemente, arrumei uma piscina particular. Não é tempo integral como antes, mas quebra o galho. Estou conseguindo nadar com certa regularidade”, conta a atleta, que mesmo em isolamento não deixou de movimentar o corpo. “Tô fazendo um pouco de tudo todos os dias, não deixei de realizar alguma atividade física em nenhum momento”.