Vencedora do Jabuti participa da Flipelô

Cida Pedrosa fala sobre o livro Solo Para Vialejo neste domingo (13); evento terá shows de Gerônimo e Olodum

  • Foto do(a) author(a) Ana Pereira
  • Ana Pereira

Publicado em 12 de dezembro de 2020 às 07:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução/instagram

A divulgação do resultado do Prêmio Jabuti, há duas semanas, jogou luz na escrita da pernambucana Cida Pedrosa, vencedora do Prêmio Jabuti 2020 de Livro do Ano, além da categoria Poesia, com o livro Solo Para Vialejo (CEPE Edições/ 2019). É para falar sobre este e outros trabalhos, que Cida participa da última mesa da Festa Literária Internacional do Pelourinho - Flipelô, neste domingo (13), às 18h, com trnasmissão no www.youtube.com/flipelo..

Batizado de Poesia Épica dos Brasis: o Longo Fôlego na Contemporaneidade, o encontro reúne Cida e o cearense Mailson Furtado - que também ganhou o Jabuti nas duas categorias em 2018, com o livro À Cidade - e tem mediação de José Inácio Vieira de Melo. Para além das premiações, a mesa põe em evidências as narrativas fora do eixo que estas duas vozes representam – falando a partir de suas experiências no sertão. Mailson foi o primeiro autor independente a vencer o Jabuti.

“Acho que minha premiação põe em visibilidade a poesia feita fora do eixo Rio-São Paulo, do sertão, das mulheres e das pequenas editoras”, lista Cida, lembrando que já vem nesta “batalha poética” há quatro décadas, quando começou a militar no Movimento dos Escritores Independentes de Pernambuco. Estas janelas, brinca, ajuda a quebrar a visão de que tudo que acontece da Avenida Paulista tem caráter “nacional” e o que acontece no sertão é “regional”. Solo Para Vialejo apresenta ao país Bodocó, a pequena cidade do sertão do Araripe pernambucano, onde Cida nasceu. A narrativa poética de fôlego longo (“épico-lírico”) fala deste movimento de diáspora do litoral para o interior. “Os brancos chegaram e tentaram escravizar os índios, que fugiram para o sertão. O mesmo movimento feito pelos negros quando fugiam. Falo desta diáspora, das buscas de identidade coletiva e individual”, resume Cida.

Neste caminho, a música tem lugar destaque, sobretudo o lamento do blues. Cida lembra que os negros nordestinos também sofriam na colheita de algodão, assim como assim como os negros americanos –e lá como cá lamentavam em forma de música. A foto da capa do livro, que foi uma das inspirações da autora, é a da Jazz Band União Bodocoense, do ano de 1940.

A notícia da premiação veio quase junta com a eleição de Cida para seu primeiro mandato de vereadora em Recife, pelo PC do B. “Sempre militei na política. A ideia é dialogar com outras vozes em defesa das mulheres e contra as forças retrógradas que estão ai”, diz.

Inspirada pela pandemia, ela lançou em agosto passado o e-book Estesia, que fala sobre o sentir nestes novos tempos. Cida conta que manteve a rotina dos passeios com seu cão Bob Marley e aproveitava as saídas para observar e fotografar a cidade, resultando num livro de haikais ilustrados pelos registros que captam a poesia da cidade nestes novos tempos. Os livros Solo para Vialejo (2019 e Estesia (2020) , de Cida Pedrosa, estão à venda na Amazon

Olodum: bloco será tema de uma mesa e também fará show neste domingo (Foto: Arquivo Correio) Música e literatura  para celebrar o Pelô

Com uma edição inteiramente online, a Flipelô começou na quinta e segue até este domingo, com uma programação em homenagem ao próprio Pelourinho, que está sendo transmitida no canal www.youtube.com/ flipelô. Tem programação para o público adulto e infantil, incluindo contação de histórias, as já tradicionais mesas e muitas performances. Entre os shows, o destaque fica por conta do Afro Olodum, que apresenta o  Olodum, Samba-Reggae Origina neste domingo (13),  às 19h,  direto da Arena do Sesc, com repertório que canta as várias fases do Pelourinho, onde o bloco nasceu.

1. Com a palavra o escritor  - Neste sábado (12), a Flipelô tem entre seus destaques as mesas com o amazonense Milton Hatoum (11h) e com o angolano Pepetela (14h), que falam sobre seus mais recentes trabalhos. A primeira será mediada por Rodrigo Cesarim, e a segunda, por Rita Chaves.    

3. Vem Meu Amor  - Neste sábado, às 18h, acontece uma mesma especial, que fala das canções do Olodum que ajudam a contar a história do Pelourinho. Com participação de Alberto Pita, Tonho Matéria e Sílvio Almeida e mediação João Jorge, diretor do afro.

2. Gerônimo  -  A trilha sonora do Pelourinho não seria a mesma sem o cantor e compositor Gerônimo. Quem anda com saudades do Pagador de Promessas não pode perder a apresentação ao vivo que ele faz neste sábado, 20h, e será transmitida do Teatro Zelia Gattai.

4. Para os pequenos -  A programação infantil conta com vários convidados. Entre eles, a contadora de histórias Dona Cici, que narra suas tramas encantadas dos orixás neste sábado e domingo, às 13h.  E às 15h, nos dois dias, tem mais histórias com a escritora Mabel Velloso.

Confira a programação no www.youtube.com/flipelo. e mais informações em http://flipelo.org.br/.