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Danilo Santos Campos, 35 anos, foi baleado no bairro de Jardim Santo Inácio
Bruno Wendel
Publicado em 20 de setembro de 2017 às 14:50
- Atualizado há um ano
Quando um vizinho arrombou sua porta, José Carlos de Cerqueira Santos, 58 anos, acreditava que era para dar socorro a alguém. Ao ser arrastado para a rua, não acreditou que a situação envolvia alguém tão próximo e que nada podia fazer. “Quando cheguei do lado de fora, vi meu filho numa poça de sangue na porta de minha casa”, lamentou o pai do instrutor de rapel Danilo Santos Campos, 35 anos, assassinado a tiros no bairro de Santo Inácio, na manhã desta quarta-feira (20).
“A vizinha chegou a ver o último suspiro dele e o bandido correndo armado com um revólver na mão”, contou emocionado José Carlos, enquanto acompanhava o trabalho dos peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT), na Alameda 62, que analisavam o local do crime.Os peritos não quiseram falar sobre o caso e nem a delegada Lúcia Jansen, titular da 11ª Delegacia (Tancredo Neves), responsável pelo levantamento cadavérico. Danilo foi baleado quando se aproximava de uma mulher que era assaltada Foto: Acervo Pessoal Já policiais militares que preservavam a cena de crime até a chegada dos peritos disseram que Danilo foi baleado quatro vezes – um tiro no rosto e três no tórax. Moradores ouvidos pelo CORREIO relataram ter ouvido mais de um disparo.
Inicialmente, a Secretaria da Segurança Pública informou que Danilo morreu ao se aproximar de uma mulher que era assaltada. Não há informações se ela foi localizada. O instrutor de rapel será enterrado às 11h desta quinta-feira (21), no Cemitério Bosque da Paz, na Estrada Velha do Aeroporto.
Aniversário Danilo foi morto um dia após completar 35 anos. “Ele não fez festa, mas ele ia comemorar o aniversário dele junto com o meu no final do mês, no melhor estilo, fazendo rapel em Santo Amaro. Ele estava muito feliz com isso”, contou o amigo do instrutor de rapel Ivanei Nascimento, 33.
Segundo um outro amigo de Danilo, que ao saber da notícia da morte foi confortar a família, há duas versões para o crime - ambas coincidem no fato de a vítima ter saído de casa para socorrer uma vizinha.
“Não sabemos ao certo o que aconteceu. Dizem que ele ouviu uma mulher gritando por socorro em frente à casa dele. Primeiro disseram que ele saiu e lutou com o bandido e por isso foi baleado. A outra versão é de que ele apenas abriu o portão e pôs o rosto fora de casa e foi logo atingindo”, contou o programador Edmilson Barbosa, 38.
O pai de Danilo, José Carlos disse que após o crime o bandido correu descendo uma rua. “A via dá acesso ao Calabetão, Mata Escura”, disse o pai.
Farda Há uma semana, Danilo chegou a ser abordado perto de casa por bandidos armados. No dia, ele usava o uniforme de rapel e os criminosos acreditavam que a roupa se tratava de uma farda de policial militar.“Ele foi cercado. Só não morreu porque os moradores mais antigos que conheciam os malandros disseram que ele era morador e que o uniforme era de rapel”, contou o gestor de redes Dielmo Borges, 31, amigo da vítima. Danilo não era casado e não tinha filhos. Ele morava com o pai, mas não era filho único – uma irmã mora na Itália. Tornou-se instrutor de rapel em 1998, quando fundou a Aranhas Negras Rapel Clube.
“Em Salvador, ele praticava o esporte na passarela do Salvador Shopping. Mas como lá está em reforma, ele ultimamente voltou a praticar rapel na passarela do Extra Paralela”, disse Dielmo.