'Vi um homem metralhando as meninas que dançavam', relata mãe de criança baleada em Brotas

Menina foi uma das três pessoas baleadas em atentado na comunidade da Polêmica, na noite deste domingo. Uma mulher morreu

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  • Bruno Wendel

Publicado em 22 de maio de 2017 às 14:20

- Atualizado há um ano

A notícia de que a filha de seis anos está fora de perigo, enfim, tranquilizou a mãe dela, Amanda Santana Regner, 25, que aguardava aflita informações sobre estado de saúde na porta da emergência do Hospital Geral do Estado (HGE). A criança foi uma das três pessoas baleadas em um ataque que aconteceu na noite deste domingo (21), na localidade da Polêmica, bairro de Brotas, em Salvador. 

A menina foi atingida na coxa esquerda, passou por uma cirurgia para extração da bala e aguarda uma vaga no HGE II, nesta segunda (22). Levada também para a unidade médica, Josemara Gomes dos Santos, 23, foi atingida no pescoço, mas morreu pouco depois de dar entrada na emergência. Robson Jesus de Jesus, 37, foi baleado no braço direito e peito e ainda se encontra internado no HGE. Não há informações sobre o estado de saúde dele. 

Amanda, que trabalha aplicando megahair, disse que ela, a filha e o marido, o operário Ubiratã Nascimento Carvalho, 36, passaram o inteiro na casa de amigos, na Polêmica, onde costumam ir com frequência. “Sempre ouvi falar com o local é perigoso, mas sempre vínhamos e nunca tinha acontecido nada. Estou até agora chocada com tudo isso”, declarou Amanda, moradora de Pernambués. 

Segundo ela, era por volta das 20h30 quando tudo aconteceu. “A rua estava cheia, tinha um palco montado na rua principal e uma banda de pagode tocando. Ao redor, muita gente dançando, inclusive a moça que morreu (Josemara). Ele e outras meninas dançavam (uma música da banda de pagode) La Fúria”, relatou Amanda. 

DisparosAmanda contou que na hora, ela, o marido e a filha caminhavam na Rua da Igreja em direção ao ponto de ônibus para ir para casa, quando a filha pediu ao pai que comprasse um pastel. “Então, paramos em frente à barraca. Daí, ouvimos um 'pipoco'. Quando olhei para atrás, vi um homem com uma arma prata ‘metralhando’ as meninas que dançavam”, narrou. 

Ainda de acordo com Amanda, o atirador disparava de uma das janelas traseiras de um carro preto. “Depois, ele mirou em nossa direção e corremos. Foi quando minha filha foi atingida na coxa”, complementou. Amanda e o marido contaram com a ajuda de moradores para socorrer a filha de carro até ao HGE. 

Na hora dos tiros, houve pânico generalizado. "Foi terrível. Todo mundo correndo, tentando se proteger e o homem atirava sem parar. Me sentia no (ataque do) Estado Islâmico", finalizou Amanda, comparando com o grupo extremista. O caso é investigado pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).