Vítima de estupro, mulher passa 5 dias amarrada na cama em Salvador

Namorado utilizou roupas, cintos e arma para mantê-la em cárcere privado

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  • Milena Hildete

Publicado em 18 de janeiro de 2018 às 20:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Depois de passar cinco dias em cárcere privado, uma mulher de prenome Célia, 40 anos, foi resgatada pela Polícia Militar nesta quarta-feira (17). A vítima foi encontrada com mãos e pés amarrados no quarto da própria casa, no bairro de São Tomé do Paripe, no Subúrbio Ferroviário de Salvador.

De acordo com a PM, Célia foi mantida em cárcere privado pelo namorado, identificado como Juscelino do Santos Correia, 29 anos. Juscelino e Célia namoravam há apenas um mês. Ele chegou à casa da vítima no último sábado (13). Desde então, o suspeito, que está foragido, a prendeu na cama, utilizando peças de roupas, cintos e uma arma de fabricação artesanal (foto abaixo). Arma artesanal utilizada para ameaçar a vítima, que foi encontrada bastante debilitada (Foto: Divulgação/SSP) No Boletim de Ocorrência, ela relatou à polícia que foi ameaçada e agredida fisicamente durante todo o período do cárcere. "Se você não ficar comigo, não vai ficar com ninguém. Primeiro eu vou matar seu ex e depois de mato", informa o B.O.

O suspeito ia trabalhar normalmente enquanto a mulher ficava presa à cama. No boletim, ela também disse que Juscelino a forçou a ter relações sexuais, o que configura estupro.

Fuga  Mesmo fraca e debilitada por falta de alimentação, Célia conseguiu falar com um ex-companheiro através do celular. Ela ligou desde o primeiro dia, mas ele não acreditou. Só na quarta-feira o homem acionou a polícia. 

Quando a PM chegou na casa, a vítima estava deitada ao lado de uma arma de fabricação artesanal e Juscelino estava nas proximidades do imóvel, trabalhando em um caminhão de coleta. Ele fugiu ao perceber a aproximação dos policiais.

Segundo  o comandante da 19ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Paripe), major PM Elsimar Leão, ela estava bastante debilitada. “Arrombamos a porta e a encontramos deitada e muito fragilizada”, comentou. 

Célia foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro para receber os primeiros cuidados e depois seguiu para a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam/Periperi), onde o caso foi registrado.

A titular da Deam, delegada Vânia Nunes Matos, revelou que solicitará a prisão preventiva do suspeito. “Ele vai ser indiciado pelos crimes de cárcere privado, ameaças e estupro”, adiantou a delegada ao CORREIO.