Vítimas de iPhones roubados devem ter cuidado com golpe

Bandidos enviam SMS ou e-mail solicitando dados dos donos dos aparelhos que foram roubados

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  • Hilza Cordeiro

Publicado em 23 de abril de 2017 às 08:05

- Atualizado há um ano

Uma limitação dos criminosos em relação ao iPhone é que eles não detêm o conhecimento de desbloqueio do complexo sistema iCloud da Apple, que armazena arquivos “na nuvem”. Para conseguir desbloquear, eles se utilizam de um golpe.

Com a ajuda de um software, que compram em São Paulo,  um e-mail ou mensagem SMS é enviado para a vítima que teve seu celular roubado com a informação que o aparelho foi encontrado pela polícia e que necessitam da senha do iCloud para desbloquear o iPhone. “Precisamos alertar às vítimas que nem a polícia e nem a Apple solicitam que elas digitem a senha dessa forma”, adverte o delegado titular do Gerrc, José Nélis Araújo.

“Parece uma mensagem profissional, que vem com um link. Ao clicar, abre uma página como se fosse da Apple ou da polícia e pedem que a pessoa digite a senha para comprovar a propriedade do aparelho”, exemplifica o delegado. Só assim, se a vítima enviar a senha, eles podem fraudar integralmente o aparelho. Quando isso não dá certo, a segunda via é o desmanche de peças -  vendidas no mercado negro com valor abaixo das genuínas disponíveis em lojas autorizadas.

Quando surpreendidos pelos investigadores, os comerciantes de aparelhos dizem desconhecer o fato de que se trata de um crime. “Os lojistas alegam que não têm culpa de pegar celulares roubados, mas têm sim. É um produto de crime, sem nota fiscal, de origem ilícita”, esclarece Nélis.

Pela lei, a venda de produtos sem nota fiscal configura-se como crime de receptação qualificada e pode render de três a até oito anos de reclusão para quem o pratica.